A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) terá um novo presidente a partir de amanhã. Trata-se de Losivânio de Lorenzi. A assessoria da entidade suinícola divulgou uma entrevista com Wolmir de Souza, que presidiu a entidade por sete anos. Leia a seguir:
Assessoria de Imprensa – Wolmir, como começou a sua história com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)?
Wolmir de Souza – Foi ainda em 1996, quando em mais uma das crises da suinocultura, voltávamos de uma reunião com suinocultores do Estado em Concórdia e aí decidimos formar o Núcleo Municipal de Criadores de Suínos de Arvoredo, onde fui secretário por quatro anos e presidente por mais quatro. Sempre participando ativamente das ações e reuniões da ACCS, inclusive nas decisões eleitorais onde entendíamos que uma mudança no comando era fundamental. Por defender radicalmente esta ideia de mudança, fui obrigado a assumir a posição de candidato onde em prévia realizada em Chapecó em novembro de 2002, fui vencedor e na primeira eleição com duas chapas na história da ACCS, ocorrida em nove de maio de 2003, assumi a presidência desta entidade.
Assessoria de Imprensa – Depois de sete à frente da ACCS, o senhor vai deixar a entidade. Qual o motivo da saída?
Wolmir de Souza – O Losivanio, que assumiu comigo o desafio de administrar esta entidade e sempre estivemos juntos, lado a lado desde o primeiro dia, diferente das demais gestões, também tem suas ambições. Na última eleição realizada em 2009, fizemos este acordo, onde eu cumpriria um ano deste mandato e depois eu deixaria a oportunidade para ele. Não estou me licenciando, estou efetivamente me desligando da direção da ACCS, mas não quero que pensem ou me incriminem por deixar o mandato, nem mesmo por assumir outras oportunidades, pois é isso: “a vida é feita de desafios e oportunidades”.
Assessoria de Imprensa – O que representa a ACCS para o senhor?
Wolmir de Souza – Com certeza foi o marco mais importante para a minha vida, sei que ainda, com meu pouco tempo de colégio na comunidade, sempre me destaquei como líder, mas, foi a ACCS que me projetou e me colocou efetivamente na vida pública. A ACCS representa muito mais pra mim como pessoa do que para mim como suinocultor.
Assessoria de Imprensa – Qual o maior desafio que o senhor enfrentou quando entrou na ACCS?
Wolmir de Souza – A união ou coletividade, e quando falo nisso não é só entre os produtores e a cadeia produtiva, falo também do próprio grupo de trabalho. Toda mudança gera insegurança, mas também nas alterações nas formas de trabalho, fazer com que as pessoas que estavam conosco no dia-a-dia passassem a se ver como família e a trabalhar pelos mesmos objetivos, foi onde gerou a maior turbulência.
Assessoria de Imprensa – Qual o fato que marcou estes sete anos de entidade para o senhor?
Wolmir de Souza – Acredito que tenha sido exatamente a comemoração dos 50 anos desta entidade, onde talvez, se ficaram mágoas em relação as mudanças de comando e gestão, onde os que passaram e construíram a história nesta associação e aos que hoje estão fazendo sua parte, juntando aos que começaram a suinocultura e aos que devem dar continuidade, estavam todos unidos com um único objetivo: comemorar os 50 anos de sucesso da ACCS.
Assessoria de Imprensa – Quais as conquistas realizadas na suinocultura em nível estadual e nacional nestes sete anos?
Wolmir de Souza – As conquistas são sempre a soma de fatores e esforços de muitos atores, fico feliz por ter participado ativamente, por ter sido ator na conquista do status sanitário, com certeza um dos principais personagens na construção e implantação do Termo de Ajuste de Conduta – TAC, que hoje culminou com o Código Ambiental Catarinense, e também um ponto forte e marcante foi à efetiva participação do setor no cenário político e governamental. Tenho plena convicção que consegui nesta gestão fazer com que a ACCS fosse vista e reconhecida pelos poderes municipais, estaduais e federal.
Assessoria de Imprensa – Como o senhor vê a ACCS hoje, quais as evoluções nesses 50 anos?
Wolmir de Souza – Uma entidade aberta para um mundo já globalizado, que mantém sua identidade focada no melhoramento genético, mas com os olhos no mercado consumidor, nas exportações e o principio básico de lutar pela sobrevivência do setor de produção. Uma entidade que deixa de ser exclusivamente voltada ao melhoramento genético e expansão da suinocultura para se voltar ao mercado e ao benefício do trabalho com dividendos ao suinocultor.
Assessoria de Imprensa – Quais os próximos desafios para o suinocultor Wolmir de Souza e presidente do Instituto Nacional da Carne Suína?
Wolmir de Souza – Apesar das dificuldades, o suinocultor Wolmir ainda persiste na atividade, com ciclo completo porque amo esta atividade. Quanto ao INCS, vejo nele a forma de fazer as ações que não tenho conseguido fazer na ACCS. Os desafios talvez sejam semelhantes, lutar pela sobrevivência de um modelo e de um segmento já quase extinto. Não tenho dúvidas que junto com os demais parceiros farei deste modelo um exemplo a ser seguido. Os desafios são grandes, contudo não maiores que meus objetivos.
Assessoria de Imprensa – O que esperar da suinocultura para os próximos anos, de que forma o INCS irá contribuir?
Wolmir de Souza – Embora tenhamos com o status sanitário uma esperança ou certeza de novas oportunidades de mercado, acredito que este, como outros setores da economia nacional, passarão por uma crise diferente das que já enfrentamos, é a crise da gestão. O fortalecimento ou fracasso será mapeado pelo nível de eficiência na gestão, associativismo, visão de cadeia, coletividade e foco no consumidor. A grande virtude e propósito do INCS com as empresas parceiras é exatamente levar este trabalho ao setor mais frágil do agronegócio suinícola, o segmento que está fora do grande modelo agroindustrial. O trabalho em cadeia e a valorização do produto através do selo de qualidade darão uma nova identidade a este setor conhecido como “independente”.
Assessoria de Imprensa – Mensagem para o produtor, parceiros e amigos.
Wolmir de Souza – Dizer muito obrigado é bom e gratificante! Fazer referência é perigoso, posso esquecer e magoar alguém que tenha sido fundamental. Aos produtores gostaria de identificá-los igualmente como amigos, exerci a liderança desta entidade sem me posicionar como autoridade, mas como colega de trabalho aos demais funcionários e igualmente produtor aos demais produtores. Hoje, o cargo de presidente deixa de ser meu, porém as amizades que conquistei não quero perder e os eternos amigos e familiares que não dei atenção devida, espero poder retomar uma convivência mais próxima. Obrigado pelos amigos que conquistei e aos que continuarão comigo. Aos parceiros públicos e privados, pessoas, empresas, entidades, órgãos públicos e imprensa. Agradeço por tudo o que fizeram por mim e tudo o que aprendi e ganhei transferi para este setor que é o grande merecedor de toda a minha dedicação. Continuarei sempre a disposição desta entidade, das pessoas que acreditaram em mim, dos amigos, da sociedade em geral, mas em especial deste setor ao qual pertenço e me identifico.