Neste período de frio é preciso que produtores tenham atenção com os ambientes dos aviários. Para contribuir com eles, pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC) recomendam cuidados necessários com as aves no período frio. Os pesquisadores Paulo Giovanni de Abreu e Valéria Maria Nascimento Abreu destacam que um dos pontos mais importantes do manejo inicial dos pintos, e que tem sido muitas vezes negligenciado, é o aquecimento do ambiente. “A ave tem habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Entretanto, o mecanismo de homeostase é eficiente somente quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos”, explicou o pesquisador Paulo.
No período frio a maior preocupação do produtor deve ser a de proporcionar condições ambientais de conforto exigidas pelas aves jovens. Normalmente, nesse período os valores de temperatura ambiente se encontram abaixo das condições ideais, principalmente na região Sul do Brasil, em que o frio é mais intenso, obrigando o avicultor a fornecer fonte de aquecimento suplementar para as aves.
Também durante o inverno, é indiscutível o fato de que baixas temperaturas aumentam o consumo de alimento. De acordo com o artigo escrito pelos pesquisadores, a ave necessita de alimento adicional para produção de calor, mas, além disso, tem que manter a taxa de crescimento e, em alguns casos, melhorá-la. Essa condição resulta em menor ganho de peso que dificilmente será recuperado e sendo responsável também pela a desuniformidade do lote.
Paulo e Valeria afirmam que “as aves mais novas requerem mais calor, sendo que a temperatura de conforto da ave na primeira semana de vida é aproximadamente 32º a 35ºC, e à medida em que a ave cresce, o sistema termorregulador se desenvolve, reduzindo a temperatura de conforto em 3ºC por semana”.
Uma das principais causas dos surtos de síndrome ascítica e de morte súbita está fortemente ligada às baixas temperaturas, pois com esse clima, a taxa metabólica e a demanda de oxigênio da ave aumentam, resultando em tais surtos.
De acordo com orientações deles, o aquecimento no aviário deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno não se deve tirar totalmente o aquecimento antes do 21o dia. O sistema de aquecimento deve permanecer instalado e em condições de uso para qualquer emergência. O produtor deve ficar atento ao comportamento das aves, pois é um bom indicio do funcionamento adequado de aquecimento. “Quando há afastamento das aves da fonte de calor indica excesso de calor emitido pelo sistema. Quando há aglomeração das aves em determinado local é indicativo de corrente de ar. Se existe muita aglomeração, isso é indício da necessidade de mais aquecimento”, explicou Valéria. Como condição ideal de comportamento, as aves devem permanecer uniformemente distribuídas na região de aquecimento. “Se apresentarem asas e pescoço estendidos ou bicos abertos é sinal de aquecimento elevado”.
Outra sugestão dos pesquisadores é em relação a ventilação. “É preciso atenção especial para a ventilação necessária no período frio, que nesse caso tem um objetivo definido: higiene”, explicou Valéria. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abrir dos dispositivos de entrada e saída de ar, de maneira que o fluxo de ar se desloque pela parte superior do aviário renovando o ar e evitando qualquer aumento potencial de dióxido e monóxido de carbono e amônia. “A quantidade de ar que precisa ser renovada por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar. O importante é que o fluxo de ar não incida diretamente sobre as aves”, completou.
A temperatura da água é outro fator muito importante. “Os pintos reduzem muito o consumo de água, se essa não estiver dentro da temperatura exigida. A temperatura da água deve estar entre 15 a 20o C, já que o consumo de água é determinante do consumo de ração”, explicou Paulo.
Confira mais informações acessando o artigo “Período de frio: atenção aos cuidados com as aves”, no link www.cnpsa.embrapa.br.