Fora do grande mercado de exportação de carne suína desde outubro de 2005, quando a suspeita de focos de febre aftosa no Paraná e Mato Grosso do Sul derrubou em 15% as vendas de carne suína do Brasil, a região Centro-Sul busca alternativas para recuperar o espaço perdido e até ampliar a sua participação no comércio internacional. Para a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), 2011 promete ser o ano da virada.
“Tivemos grandes avanços institucionais neste ano, mas os avanços comerciais vão ficar para 2011”, diz Pedro de Camargo Neto, o presidente da associação. Ele relata que o Brasil tem “negociações muito firmes com sete países”. O mercado norte-americano e o europeu devem ser formalmente abertos até o final de setembro, afirma o dirigente. “Também estamos negociando com três mercados asiáticos, Japão, China e Coréia do Sul. Pelo menos dois deles devem ser abertos até dezembro”, prevê.
Carlos Francisco Gesdorf, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), acrescenta que o Canadá, um grande produtor de suínos, está reduzindo seu plantel e que isso deve abrir lacunas no mercado internacional. “Mas não dá para afirmar que vai ser o Brasil que vai ocupar esse espaço”, frisa. Ele afirma não acreditar que o acordo comercial com os Estados Unidos, que negocia com Santa Catarina a abertura de seu mercado, possa ocorrer ainda neste ano. “Acho que vai abrir, mas não vai ser para amanhã.”
Atualmente, o Brasil é o quarto maior exportador mundial, atrás da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá. O país também ocupa a mesma posição no ranking de produção, com cerca de 3 milhões de toneladas anuais. O Paraná produz perto de 500 mil toneladas, atrás de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Das pouco mais de 600 mil toneladas exportadas pelo país, aproximadamente 50 mil saem do Paraná.