O Brasil espera estar livre da aftosa no próximo ano. Alguns Estados poderão parar de vacinar, enquanto outros manterão o controle do vírus com vacinação. A previsão é de Sebastião Guedes, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte e membro do Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa na América do Sul.
Guedes, que coordenou seminário sobre aftosa na Feicorte nesta semana, acredita que o país precisa evoluir no controle da doença em algumas regiões.
Internamente, é necessária a ampliação das áreas sem vacinação, mas isso tem de ser feito com boa programação. Paraná poderá se somar a Santa Catarina e eliminar a vacinação, mas em alguns Estados o pedido do fim de vacinação ainda não se justifica, segundo Guedes.
O controle no Rio Grande do Sul é bom, mas o fim da vacinação só deve ocorrer em uma ação com Uruguai e Argentina. Em Mato Grosso do Sul, o controle melhorou, mas ainda existe uma zona de alta vigilância na divisa com o Paraguai.
Mato Grosso é um dos Estados que querem parar de vacinar, mas Guedes acha difícil o controle da doença sem vacinação. O Estado faz divisa com a Bolívia, que não deve ter o controle da doença antes de dois a três anos.
Os maiores problemas do Brasil continuam no Nordeste e na Amazônia, mas os investimentos dos últimos anos mostram um controle mais eficiente, diz ele.
A situação é um pouco mais complicada nos vizinhos. As maiores preocupações são a Bolívia e a região do Chaco. Além disso, Equador e Venezuela ainda necessitam de três a quatro anos para regularizar a situação.