Racionar uso da água e aplicá-la em sistemas de irrigação e utilizações na agropecuária no Brasil é um dos objetivos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conforme noticiado em março, mês em que se comemorava o Dia Mundial da Água, orientando à gestão de recursos hídricos com sustentabilidade, como ferramenta para aumentar a eficiência da irrigação na agricultura e uso correto no agronegocio. O Brasil detém aproximadamente, 12% da disponibilidade hídrica do planeta e agricultura e pecuária são atividades econômicas dependentes da água e de seu uso. Importante enfatizar o papel no agronegocio, gerador de emprego, renda e tem a contribuição da água nesses processos produtivos. Recursos do Programa de Crédito Rural de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra) chegarão a R$ 500 milhões a safra 2009/2010 e projetos direcionados ao uso, manejo e conservação de solos são apoiados com o uso mais eficiente da água, por meio de modernas tecnologias, garantindo máxima produtividade e a sustentabilidade do sistema.
Desperdício, custos elevados e falta de água exigem o permanente desenvolvimento de pesquisas para determinar graus de eficiência de métodos utilizados na irrigação, como a definição do balanço hídrico com os níveis de necessidade por cultura em cada estágio de seu ciclo evolutivo. O Dia Mundial da Água, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2003, tem como objetivo promover uma reflexão sobre a importância da água nos contextos social, econômico, ambiental, ecológico e político, visando sua conservação e preservação para atender as necessidades das atuais e futuras gerações. Processo de otimização do uso da água viabiliza o agronegocio no Brasil, com prosperidade econômica e estabilidade social, além de garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental.
A avicultura tem uma dependência direta da água em relação a sua eficiência produtiva, fazendo uma analogia básica com a saúde humana, nosso setor se encontra em um patamar bem acima em programas de saneamento básico, cujos processos envolvem o controle da quantidade e qualidade da água ingerida pelas aves. Reflexos positivos disso são os indicadores zootécnicos e econômicos das empresas, comparativamente aquelas que negligenciam esse nutriente de extremo valor a saúde, nutrição, bem estar animal e exacerbação do potencial genético. Aves nascem, vivem, se reproduzem e são saudáveis com a ajuda da água que agora com a Instrução Normativa 56, também e regido por uma legislação sobre a sua devida importância. Mais de um terço (36%) de toda a água potável destinada às granjas avícolas é de má qualidade, de acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Saúde Animal holandês (GD, na sigla em inglês). Apesar dos avicultores serem rigorosos na escolha da ração animal, a qualidade da água servida aos frangos não recebe a atenção necessária. A má qualidade da água pode reduzir o desempenho das aves. Segundo cálculos do GD, a água que está contaminada com fungos e leveduras pode custar ao agricultor 12 mil euros por ano (com base em uma granja com 30 mil aves), ou seja, a contaminação bacteriológica da água em uma granja 30 mil frangos de corte pode causar um prejuízo de 2 mil euros por rodada de abate ratificado no site internacional World Poultry.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola