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Dejetos

Composteiras mecanizadas

Cidade gaúcha investe nesta solução de tratamento de dejetos suínos para não reduzir a atividade suinícola no Estado.

Composteiras mecanizadas

A atividade que movimenta a economia do município também se tornou um desafio para produtores e Poder Público. A expressiva expansão da suinocultura em Capitão (RS), que atualmente representa 50% do retorno do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), trouxe na carona uma questão: como dar um correto destino para os dejetos suínos? Atendendo a exigências da legislação ambiental, a cidade colocou em funcionamento, há dois anos, a primeira composteira mecanizada do Rio Grande do Sul. Hoje, cinco unidades estão em atividade, e outras devem sair do papel ainda neste ano.

Os modelos implantados no município, segundo o prefeito Jarí Hunhoff, são fabricados em Santa Catarina e foram a saída mais viável para se enquadrar à lei e evitar o fechamento de chiqueirões, o que comprometeria a economia local. “Temos em torno de 65 mil suínos nas propriedades, o que, para a nossa área geográfica, é considerado uma alta concentração. E como a suinocultura é uma atividade que causa grande impacto ao meio ambiente, tivemos que buscar medidas urgentes”, destaca. O chefe do Executivo acrescenta que dar um destino correto para os dejetos suínos é uma preocupação da Administração Municipal há bastante tempo.

A primeira unidade foi instalada na propriedade de Armando Biazibetti e Gilvan Zanotelli, situada em Picada Centro, e já foi premiada pela Emater/RS-Ascar. Além de evitar que os materiais fiquem a céu aberto e contaminem mananciais, a composteira mecanizada transforma os dejetos em adubo orgânico que pode ser usado nas lavouras. “Os resultados estão nos surpreendendo e, por isso, a intenção é atingir cada vez mais propriedades do município”, avisa. Também já entraram em operação unidades semelhantes nas propriedades de Fábio e Rogério Daltoé, Jesael Biazibetti e Eloir Berté, e de Jair e Vilson Tonezer. Todas foram construídas com recursos das famílias, que recebem um subsídio da prefeitura de R$ 12 por suíno. O custo do equipamento é de cerca de R$ 80 mil.

Todos ganham

Com a destinação de uma emenda do senador Paulo Paim (PT), no valor de R$ 97,5 mil, e uma contrapartida do município, está prevista a construção de novas composteiras para quatro grupos de produtores. A da Linha Zanoteli vai contemplar as propriedades de Severino, Claudete e Neuri Fachini. O segundo grupo compreende os produtores de Linha Argola, Valdir Dalmoro, Guerino Giaretta e Elias Liesenfeld. A terceira unidade será construída em São Domingos e vai tratar dejetos das propriedades de Jorge Fachini, Agenor Fachini, Vitório Fachini e Gustavo Hunhof. A quarta composteira beneficiará Vanduir Bruxel e Jairo Bruxel.

Nesses locais, enfatiza o prefeito, os produtores constroem a estrutura, e o município cederá os equipamentos. “Cada uma pode tratar dejetos de até três mil suínos. As nossas, por enquanto, tratam de 1,5 mil animais”, reforça. Hunhoff garante que a intenção é que novas edificações sejam concretizadas em Capitão. “O impacto ambiental da suinocultura para a natureza é muito grande, e os resultados que já tivemos mostram que fizemos a escolha certa. Os produtores estão se enquadrando às normas, o município vem diminuindo os gastos com o transporte dos dejetos, e o meio ambiente está sendo preservado”, avalia. “Com o tempo, todo o município será beneficiado”, projeta.