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Comentário Suíno

Viagem ao Brasil - Por Jim Long

Jim Long comenta sua participação na AveSui América Latina 2010 - "Foi um evento de primeira classe" - e faz algumas considerações sobre a suinocultura brasileira.

Na semana passada estivemos no Brasil e participamos da AveSui América Latina 2010, promovida pela Gessulli Agribusiness em Florinanópolis (SC). Nossas observações:

A AveSui América Latina foi um evento de primeira classe. Semanalmente, www.suinoculturaindustrial.com.br e www.genesus.com.br (sites brasileiros) fazem a publicação do “Comentário Suíno” em português. Pelo número de pessoas que nos pararam no estande da Genesus para dizer “oi”, parece que muitas pessoas estão seguindo nossos comentários. Atualmente, o preço dos suínos no sul do Brasil é R$ 2,30 por quilo. O custo de produção gira em torno de R$ 1,10 por quilo suíno. A rentabilidade está em US$ 20,00 por cabeça. No sudeste brasileiro, a rentabilidade voltou após 18 meses de perdas. Naquele tempo, o lucro era de US$ 40,00 por suínos. Por causa destes 18 meses de crise financeira, houve descarte de matrizes. Ninguém sabe o valor exato pois não há um service de inventariação nacional, que computaria tais dados. Ouvimos 8% de descartes, mas também ouvimos 2%.

Linha de fundo: Recentemente os preços suinícolas subiram cerca de 15%. Como nos EUA, o outro fator importante a ser considerado pela virada do setor é o preço da ração, que caiu cerca de 30% nos últimos 6-8 meses. O aumento dos preços suínos e os preços mais baixos da ração colocaram a indústria brasileira no “azul”. A indústria estima que o plantel de matrizes pode chegar em até 2,4 milhões de animais, se você incluir os suínos “de quintal”: São 1,5 milhões de matrizes em rebanhos comerciais e 900 mil matrizes em quintais, ou dentro da produção de subsistência. O Brasil é o quarto maior produtor de suínos do mundo, depois de China, UE-27 e EUA.  Fomos palestrantes no evento AveSui. Nossa apresentação abordou principalmente o mercado brasileiro.

Brasil

Para mim, o Brasil é uma “matéria desconhecida”-  estive aqui apenas uma vez. Um especialista há milhares de quilômetros de distância com pouco conhecimento real. O melhor que podemos fazer é dar uma perspectiva, uma visão do mercado brasileiro de quem está “de fora”. 

– O Brasil é um País dinâmico. Todo mundo pode ver o aumento implacável da avicultura, bovinocultura e suinocultura do Brasil. Vocês tem aberto o seu caminho nos mercados mundiais com o preço e volume. Certo ou errado, o país não é reconhecido, ainda, como de qualidade.

– O Brasil tem grande quantidade de terra para a produção de alimentos e ração animal, com grande potencial de expansão. Um fator chave e competitivo no custo de produção de suínos é sua capacidade de aumentar a área para a incrementar a produção suinícola.

– De longe, o Brasil de longe parece ter uma imagem de “um país com problemas de febre aftosa, com casos mensais”. Alguns especialistas mundiais do setor cárneo nos disseram não ter confiança nos protocolos de inspeção de carnes do Brasil e seus procedimentos.

– Em nossa percepção, o suinocultor brasileiro é tecnicamente avançado e possui uma capacidade global de produção competitiva. Uma das “visões de fora” é que o Brasil não possui um sistema de transporte adequado, resultando no aumento de custos e tempo. Percebemos também que obter crédito bancário para a agricultura é mais difícil no Brasil do que na América do Norte.

– As exportações brasileiras são dominadas pela Rússia (50%). Este mercado deve cair, posi a Rússia caminha para a autossuficiência.

– A capacidade do Brasil crescer na produção de suínos depende do aumento do consumo per capita nacional (13 kg) e da abertura de novos mercados de exportação. Os desafios estão aí, eles sempre estão. O Brasil tem, em nossa opinião, um futuro dinâmico para a produção de suínos. Essa crença no Brasil é manifestada com nossa nova associação com Martin Riordan- que está trabalhando com a Genesus no Brasil para desenvolver as nossas “relações genéticas”.
             
Depois de nossa apresentação, participamos de uma mesa redonda com os outros palestrantes. Durante o debate, havia vários comentários sobre o estado atual da economia dos EUA, incluindo o seu sistema bancário, etc.

Parecia haver alguma inferência de que a capacidade competitiva dos EUA estava diminuindo. Certo ou errado, nós discutimos isso.
 
A essência da nossa resposta na mesa-redonda:
“Eu sou canadense e não americano, mas correndo o risco de ser rude, eu acredito que precisamos ficar alertas ao perigo de subestimar o EUA – Número 1 do mundo em produtividade, # 1 na inovação, cerca de 25% do produto interno bruto do mundo doméstico. Sim, há déficit, mas é o único país no mundo que pode imprimir dinheiro ilimitado e sua moeda ainda sobe em valor. Com quase nenhuma inflação. Nunca subestime a ética do trabalho, de produtividade e de inovação das pessoas da América”.

Esta semana vamos continuar nossa viagem no Brasil e apresentaremos um relatório sobre nossas observações.

Tradução: Gessulli Agribusiness