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Mamona enriquece ração

Resíduo da extração de óleo para fabricação de biodiesel, a torta da oleaginosa é rica em proteínas.

Redação (19/02/2009)- Normalmente usada como adubo orgânico – é rica em nitrogênio, fósforo e potássio – ou como nematicida em cultivos de hortaliças, a torta de mamona, subproduto obtido a partir da extração do óleo de mamona, está sendo estudada para virar ingrediente de ração animal. A pesquisa, que faz parte do Projeto Biodiesel, da Embrapa, está sendo conduzida pela Embrapa Agroindústria de Alimentos.

De acordo com o engenheiro de alimentos José Luis Ramirez Ascheri, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o uso da torta de mamona em ração para animais de médio e grande porte – bovinos, caprinos, ovinos, suínos e aves – é alternativa vantajosa do ponto de vista econômico e social.

"É uma possibilidade de agregar valor ao cultivo da mamona, feito, geralmente, por pequenos e médios agricultores. Outra vantagem é que ela barateia custos com a dieta animal, uma vez que substitui, com eficiência, a torta de soja", afirma. Segundo ele, a torta de mamona tem 40% de proteína e bom teor de minerais. Cita, ainda, o fato de que uma nova destinação ao resíduo evita seu descarte no ambiente. "A torta de mamona é altamente tóxica e, no ambiente, pode provocar casos de fitotoxicidade."

Para tornar viável e segura a ração feita com a torta, explica Ascheri, deve-se neutralizar as substâncias tóxicas presentes nas sementes da mamona. "Essa neutralização é feita por meio da extrusão, processo que combina o aquecimento do resíduo com a adição de um agente químico. Esse processo anula o poder tóxico da torta", garante.

Já está comprovado o valor nutricional da ração feita com a torta, mas os resultados de ganho de peso de animais devem ser apresentados em julho. "Aí, poderemos indicar, conforme a categoria animal, a proporção adequada da torta na composição da ração."