Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Governo mantém meta de superávit e reduz projeção do PIB

Queda na arrecadação será de R$ 48,4 bilhões neste ano. Na prática, o governo terá menos recursos para investir.

Redação (19/03/2009) – O governo anunciou nesta quinta-feira, 19, que espera uma queda na arrecadação de R$ 48,4 bilhões neste ano. Contudo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu que não há mudança na meta de superávit – arrecadação menos despesas, exceto o pagamento de juros -, mantida em 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).  Na prática, contudo, o governo terá menos recursos para investir. Isso porque, ao manter o superávit de 3,8% do PIB, o governo usará a margem de investimento – dada por 0,5% do PIB. Isso significa que o País pode cumprir um superávit de 3,3% do PIB e adicionar 0,5% do PIB referente a investimento, o que totaliza os 3,8% da meta de superávit. Bernardo garantiu que este corte não incluirá recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
 

Bernardo apontou ainda um cenário de queda de receita, menor taxa de juros e inflação estável em 4,5% este ano ao divulgar os novos indicadores para a execução do Orçamento da União. Nestes cálculos, o governo fez uma revisão da previsão de crescimento, que passou a ser de 2% (antes a estimativa era de 3,5%).

O ministro também anunciou o corte de R$ 21 bilhões no orçamento e o remanejamento, por meio de decreto, de R$ 8 bilhões de emendas coletivas dos parlamentares para recompor algumas dotações onde os cortes poderiam inviabilizar a atividade do setor.
 
Previsões

O governo manteve a meta de inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA) em 4,5% no ano e não alterou a previsão de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fique em 4,3%. O comportamento do IGP-DI, no entanto, foi revisado e a expectativa, agora, é que o acumulado do ano passe de 5,8% para 4,16%.

Segundo os novos indicadores, o governo trabalha com uma queda mais acentuada para a taxa Selic, com base em cenário do mercado financeiro. A nova estimativa considera que a taxa de juros média passe de 13,75% para 10,80%, reforçando as apostas de uma política monetária mais flexível nos próximos meses.