Redação (03/04/2009) – Entre os 10 maiores produtores de soja do Rio Grande do Sul, Giruá quer aumentar os lucros com seu principal tesouro. Para marcar a safra do grão, a cidade do noroeste gaúcho abriu oficialmente a colheita na tarde de ontem e lançou a campanha Entrega 100% em Giruá.
A cultura serve de moeda na cidade e ainda é utilizado como parâmetro para se saber os preços de produtos. Carros e imóveis são avaliados em sacas de soja. A campanha quer estimular os agricultores que plantam em Giruá a deixar nas empresas locais toda a produção. Espremido entre Santa Rosa e Santo Ângelo, dois municípios polo na região noroeste, Giruá faz limites com mais cinco cidades. Há agricultores que possuem terras em Giruá, mas que plantam nas cidades vizinhas também.
"Pelo fato de produtores daqui morarem em outros locais, parte da produção migra para outros municípios", diz o secretário da Agricultura de Giruá, Volmir Ribeiro do Amaral.
As empresas locais perdem e a cidade também, já que o dinheiro das sacas retornaria como valor adicionado do ICMS.
Essa campanha é encabeçada pela prefeitura e pelas sete empresas receptoras de grão. Na verdade, cabe multa à prática, porém, o município vai conscientizar os produtores em um primeiro momento.
Para esta safra, a prefeitura estima a colheita de 57 mil hectares com a oleaginosa, cerca de 2 milhões de sacas. No entanto, a seca provocou uma quebra de 30%. Paralelamente à campanha, há um esforço para aumentar a produtividade, por meio de novas tecnologias e agricultura de precisão, segundo o presidente da Cooperativa Tritícola Agropastorial Giruá, Ernani Luiz Lausmann. O dirigente estima que cerca de 5% do grão cultivado no município seja levado para outros locais.
A abertura da colheita foi na propriedade de Sidnei Londero, em Arroio Varejão, que semeou 400 hectares de soja. Londero está obtendo um rendimento médio de 47 sacas por hectare.