Redação (06/04/2009)- “O ano de 2009 tem tudo para ser o grande marco na abertura de novos mercados internacionais, com isso colocando o setor de carne suína em rota inequívoca de crescimento e prosperidade”, declara o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Ele assina o editorial que abre o Relatório 2008 da entidade que já está no site, na seção Relatórios.
Um dos destaques do Relatório 2008, que vem acompanhado de vários gráficos e tabelas sobre produção, plantel, abate, mercado interno e externo, é a tendência de crescimento do consumo per capita. Depois de ter atingido, em 2002, o recorde de 13,79 Kg per capita, a carne suína conseguiu o seu melhor resultado em termos de consumo interno desde aquele ano. Em 2008, o consumo per capita elevou-se para 13,44 Kg, em relação a 13,01 Kg em 2007.
“Pesquisas de mercado confirmaram os resultados anteriores: o claro reconhecimento pelo consumidor do sabor inigualável da carne suína, que tem a seu favor também uma redução considerável do preconceito relacionado ao consumo e seus possíveis efeitos negativos na saúde e higiene, este último aspecto já bastante atenuado”, diz Camargo Neto, no editorial.
“Uma análise dos cardápios dos melhores e mais sofisticados restaurantes pode identificar a maior e, agora, quase constante presença da carne suína nesses estabelecimentos. Acreditamos que este fato, reflexo da influência da culinária européia, acabará surtindo efeito na cozinha de maneira geral. A carne de porco, prato tradicional da culinária brasileira, que se mostrava bastante ausente, volta em grande estilo, certamente fortalecendo o consumo no futuro”, completa.
Com relação ao plantel, o Relatório informa que “com uma expansão de 3,4% nos alojamentos, o plantel de matrizes industriais atingiu 1,52 milhão de cabeças. Esse crescimento compensou em grande parte a retração do rebanho de subsistência. As empresas associadas à Abipecs, que detêm 64% do plantel industrial do Pais, responderam por quase 90% da produção. Já o efetivo de subsistência, com 26% das fêmeas reprodutoras (865 mil), representou apenas 10% do total produzido. O rebanho de matrizes alojadas no final de 2008 influenciará o crescimento da produção entre 3 % e 3,5 % em 2009”.
Sobre o panorama no mercado interno, o Relatório diz que “o mercado interno, em 2008, esteve bem mais dinâmico do que em 2007 e manteve a tendência observada a partir de 2006. Naquele ano, o consumo doméstico iniciou um processo de lenta recuperação. O aumento da produção de industrializados, sobretudo de linguiças, produtos que chegaram aos consumidores a preços mais competitivos, a ampliação da oferta de cortes frescos e a menor disponibilidade de carne bovina foram os principais fatores responsáveis pela elevação do consumo, atualmente próximo a 14 quilos por habitante ano. A disponibilidade interna cresceu 4,5% em 2008, bem abaixo do potencial de consumo, o que explica a forte sustentação verificada nos preços. Se as exportações não tivessem registrado acentuada queda no final do ano, a carne suína teria faltado no mercado doméstico”.
O Relatório também destaca que “a redução das quantidades exportadas se deve, em primeiro lugar, ao bom desempenho do mercado interno e, em segundo lugar, à crise financeira internacional e à paralisação do Porto de Itajaí nos dois últimos meses do ano”.
“Em 2008, o Brasil atingiu a cifra recorde de US$ 1,48 bilhão em exportações de carne suína, 20% a mais do que em 2007 (US$ 1,23 bilhão). Em volume, porém, houve uma queda de 77 mil toneladas. Em 2008, o Brasil exportou 529,41 mil toneladas, em relação a 606,51 mil t em 2007. Os preços altos no mercado mundial e a opção estratégica das empresas, que priorizaram preço em detrimento de volume, explicam o bom desempenho das receitas”.