As entregas das misturadoras de fertilizantes às revendas espalhadas pelo país deverão se recuperar depois de um primeiro trimestre problemático e somar cerca de 23 milhões de toneladas em 2009, conforme previsão da Heringer, que de janeiro a março consolidou-se na segunda posição em vendas de adubos acabados do país, atrás apenas da Bunge.
Se a projeção da Heringer se confirmar, a demanda retomará a curva de crescimento interrompida em 2008, quando, devido à paradereira do quarto trimestre, as entregas alcançaram 22,4 milhões de toneladas, quase 9% menos que no ano anterior, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
Outra tendência que poderá voltar à tona, de acordo com a Heringer, é a concentração das vendas no segundo semestre, que também se esvaziou nos últimos anos. Em linha com a Anda, a companhia acredita que apenas 30% das entregas acontecerão até junho. Os demais 70% deverão ser escoados de julho a dezembro.
De janeiro a março, conforme a Anda, as entregas atingiram 4,2 milhões de toneladas, ou 18% do total previsto pela Heringer para o acumulado do ano. Em relação ao primeiro trimestre de 2008, a queda observada superou 23%.
Dalton Carlos Heringer, presidente da empresa, ressalva, porém, que o início do ano passado foi atípico, com muitas antecipações de compras por conta de preços em alta e até o risco – não confirmado – de falta de produto nos meses seguintes. “O primeiro semestre de 2008 foi um período de exuberância irracional”, disse.
Apesar do tombo, em março houve sinais de recuperação, sobretudo por causa das compras para o plantio de milho safrinha e da surpreendente demanda de produtores de soja já se programando para a próxima safra de verão (2009/10). Mas, com o acúmulo de estoques de outubro do ano passado para cá, tanto a produção nacional quanto as importações (que cobrem 70% da demanda) registraram fortes recuos até março.
Se o encolhimento das vendas não foi bom para nenhuma companhia da área, pelo menos a Heringer comemorou o aumento de participação de mercado no primeiro trimestre. A fatia da companhia chegou a 16,2%, ante 13,9% em igual período de 2008.
Ainda assim a receita líquida da empresa caiu 3% em relação ao período janeiro-março de 2008, para R$ 640,5 milhões, e o lucro líquido recuou 78%, para R$ 4,9 milhões.