O primeiro trimestre de 2009 começou a haver recuperação das perdas registradas no último trimestre de 2008.
Mercado
As exportações de carne suína aumentaram cerca de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 42,74 mil t, em março de 2008 para 51 mil toneladas, o que demonstra uma importante recuperação diante de tamanha crise que vem afetando o setor. Durante os últimos seis meses, de outubro de 2008 a março de 2009, o Brasil exportou 240,27 mil toneladas, resultado ainda 14 % inferior ao alcançado no período de outubro de 2007 a março de 2008.
“Embora os volumes estejam até mesmo acima das expectativas iniciais, a lucratividade, ou melhor, a falta dela, na exportação é uma constante”, explica Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).
As exportações de carne suína, em março, atingiram US$ 104,16 milhões, em relação a US$ 102,25 milhões em março de 2008, um pequeno crescimento de 1,86%. O preço médio em março foi de US$ 2,04 mil a tonelada em relação a US$ 2,39 mil em março de 2008, uma queda de 14,64%. “A queda de preços dos cortes e de carcaça, em todo o país, é motivo de grande preocupação. O produtor está sofrendo com um prejuízo de cerca de 100 ao vender um animal de 100 quilos. É muito importante buscarmos medidas para conter esse prejuízo e trazer certo alívio para o suinocultor que vem amargando grandes prejuízos” comentou José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG).
Os principais mercados no primeiro trimestre deste ano foram: Rússia, Hong Kong, Angola, Argentina, Cingapura, Albânia, Uruguai e Armênia o que pode significar um aumento ainda maior nas exportações brasileiras nos próximos meses, já que devido a chamada “gripe suína” que apesar do nome, não está atingindo a produção de suínos, e, segundo o que já foi identificado por cientistas, ela é causada por mutações de vírus de gripe de humanos, suínos e aves sete países (China, Indonésia, Rússia, Filipinas, Jordânia, Líbano e Indonésia) proibiram a importação de carne suína advindas dos Estados Unidos (maior exportador mundial do produto) e México (Sétimo no ranking de exportação mundial). “O plantel brasileiro tem como diferencial a aplicação de alta tecnologia e uma rigorosa inspeção sanitária. Para que um animal seja transportado é preciso que ele esteja com todas as vacinas e procedimentos sanitários em dia. Dessa forma existe a possibilidade de ocuparmos a lacuna deixada pela proibição imposta aos Estados Unidos e ao México” explica João Bosco Martins, presidente da ASEMG.
Minas é hoje o quarto maior produtor de suínos no país e o estado de maior consumo, cerca de 26 kg per capita/ano frente a 13 kg per capita/ano nos demais estados brasileiros. “Devido a abordagem constante do assunto em todas as mídias nacionais e internacionais é possível que haja uma redução de consumo da carne suína. Os veículos de imprensa precisam ter cuidado ao explicar que não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 71 graus Celsius mata o vírus da gripe suína, assim como outros vírus e bactérias” comentou João Bosco.
A Doença
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados são formas não conhecidas da variedade H1N1do vírus Influenza A. Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses europeias e asiáticas.
De acordo com a OMS, os casos confirmados de gripe suína em humanos, isolados no México e nos Estados Unidos, foram causados por um novo subtipo do vírus, segundo a OMS. O vírus pode se transmitir de porcos para pessoas e de pessoas para porcos. As infecções em humanos são mais comuns em pessoas com contato direto com os animais, mas também pode ocorrer a transmissão de humano para humano. Acredita-se que esta última ocorra em situações similares às da gripe convencional, através por exemplo de espirros de uma pessoa infectada.
Os sintomas da gripe suína são similares aos de uma gripe convencional, como febre, moleza, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas com gripe suína apresentaram também coriza, dor de garganta, náuseas, vômito e diarreia. Para o diagnóstico da gripe suína em humanos, deve ser realizado um teste com secreção do aparelho respiratório nos primeiros quatro ou cinco dias do surgimento da enfermidade. Esse período de início da infecção, aliás, é quando a pessoa tem maior probabilidade de disseminar o vírus. Porém algumas pessoas, especialmente crianças, podem propagar a doença durante dez dias ou mais.
De acordo com a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) a gripe suína se deve ser denominada “gripe da América do Norte”, porque, por enquanto, o vírus não foi isolado nos animais. Portanto, não se justifica o nome desta doença como gripe suína.
No passado, muitas epidemias de gripe humana com origem animal foram nomeadas por sua origem geográfica, por exemplo, a gripe espanhola ou a gripe asiática. Por isso, seria lógico que esta doença se chamasse ‘gripe da América do Norte’.