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Brasil

Balança comercial de abril sobe 24,4%

Setores de carnes tiveram variação negativa.

As exportações do agronegócio em moeda nacional registraram alta de 24,4% em abril, em relação ao mesmo mês do ano passado. As vendas ao comércio exterior totalizaram R$ 12,090 bilhões, contra R$ 9,715 bilhões em 2008. Já as importações apresentaram crescimento menor, 13,1%, passando de R$ 1,324 bilhão para R$ 1,497 bilhão. O superávit da balança comercial foi de R$ 10,593 bilhões, beneficiado pela desvalorização do real, em torno de 31%, frente ao dólar.
         

Nem mesmo a queda dos preços médios internacionais das principais commodities exportadas pelo Brasil comprometeu o resultado da balança em dólar. As exportações computadas em moeda americana registraram baixas de 4,7% em abril, diminuindo de US$ 5,75 bilhões para US$ 5,48 bilhões. Mesmo assim, o superávit foi de US$ 4,804 bilhões. Os setores que apresentaram maiores taxas de crescimento foram complexo soja (12,2%), complexo sucroalcooleiro (21,1%), animais vivos (14,6%) e produtos apícolas (113,7%).

As vendas do complexo soja (grão, farelo e óleo) totalizaram US$ 2,087 bilhões. Os valores exportados em grãos aumentaram de US$ 1,398 bilhão para US$ 1,542 bilhão. Apesar da redução de 17,8% nos preços, a quantidade exportada aumentou 34,3%. O mesmo aconteceu com o farelo de soja, que registrou preços 7% inferiores aos praticados em abril de 2008, enquanto o volume exportado aumentou 58,2%, gerando receita de US$ 418 milhões, alta de 47%. Já as exportações do óleo de soja apresentaram queda (-28,5%), com elevação de 27,1% no volume exportado e redução de 43,7% nos preços.

O valor das exportações do complexo sucroalcooleiro passou de US$ 411 milhões para US$ 498 milhões (+21,1%). O crescimento é atribuído às vendas de açúcar, que tiveram alta de 47,9% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2008, atingindo a cifra de US$ 405 milhões. Houve aumento de preço e quantidade vendida do produto de 8,2% e 36,7%, respectivamente. Em contraposição, as exportações de álcool tiveram redução, em dólares, de 32,2%, totalizando US$ 93 milhões. A queda deveu-se à redução tanto do volume exportado (-13%), quanto do preço (-22%).

Dentre os produtos mais importantes da pauta exportadora, apresentaram variações negativas os setores de carnes (-11,3%), couros e seus produtos (-49,4%), produtos florestais (-10,9%) e café (-12,2%). A receita de exportações de carnes passou de US$ 1,093 bilhão em abril de 2008 para US$ 970 milhões em abril deste ano. A movimentação financeira de carne bovina in natura diminuiu 19,5% (de US$ 308 milhões para US$ 248 milhões), por conta da queda de 15,4% no preço médio e uma redução de 4,9% na quantidade embarcada. A receita com as vendas de carne de frango in natura apresentaram crescimento (4,2%), pelo aumento da quantidade exportada (28,2%), que compensou a queda de preços (-18,7%). As vendas externas de carne suína apresentaram redução de 22,8%, em função da queda dos preços em dólares (-28,5%), pois a quantidade exportada aumentou 8,1%.

Destinos – O agronegócio brasileiro registrou aumento nas exportações realizadas em abril para África (24,2%), Ásia (20,9%) e Oriente Médio (33,1%). Para os demais continentes e blocos econômicos, o impacto da desaceleração da economia mundial se fez refletir sobre o valor das vendas externas. Dentre os países de destino das exportações, destacaram-se pelas taxas positivas a China (20,1%), Japão (46%), França (14,5%), Coreia do Sul (36,4%), Arábia Saudita (33,9%) e Irã (140,3%). A China se manteve na liderança como principal receptora do agronegócio nacional no mês de abril, a ponto de ampliar em três vezes a diferença do valor exportado frente ao 2º colocado, os EUA. Foram US$ 1,137 bilhões em vendas aos chineses, contra US$ 378 milhões aos americanos.     

Acumulado – Nos últimos 12 meses, correspondentes ao período de maio de 2008 a abril de 2009, as exportações brasileiras do agronegócio superaram os US$ 70,2 bilhões, montante 14% maior do que contabilizado no período de maio de 2007 a abril de 2008. As importações foram 12,7% superiores aos doze meses anteriores, somando US$ 11,1 bilhões. No acumulado, o superávit foi de US$ 59,1 bilhões. O superávit em reais no mesmo período foi de R$ 115,33 bilhões, valor que representa alta de 21,9% em comparação ao período anterior.