O governador do Estado de São Paulo, José Serra, participou ontem (12), na capital paulista, de um almoço no qual a carne suína foi o prato principal. Promovido pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), o encontro reuniu representantes da cadeia produtiva suinícola e teve dois objetivos: avaliar os impactos da gripe A (H1N1) no mercado e ratificar a segurança do consumo da carne suína.
De acordo com Valdomiro Ferreira Junior, presidente da APCS, o encontro é uma das ações planejadas pela entidade para desvincular o consumo da carne suína da ocorrência sanitária iniciada no México. “Queremos que o governo nos ajude a orientar a população. A presença do governador neste almoço vai esclarecer e dar confiança ao consumidor”, acredita. Serra explicou que não há motivos para deixar de comer produtos suínos porque batizaram a gripe de suína. “Pode consumir carne suína à vontade”, disse.
Ferreira explicou que não é possível ter números precisos sobre o impacto da gripe no consumo da carne por conta do Dia das Mães, período em que o consumo de produtos suinícolas geralmente aumenta. Porém, os produtores já sentiram uma queda no preço de até 22%. Em sua opinião, no entanto, o mercado suinícola tem uma grande oportunidade nas mãos. “Esse é o momento de divulgarmos todas as qualidades da carne suína e fazer deste limão uma limonada”.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, a gripe A incomodou o mercado, mas a situação já está se revertendo. “As exportações suinícolas no mês de abril e no início de maio estão acima do esperado. Precisamos focar na retomada de preços no mercado”, afirma.
Já Hélio Toledo, diretor-administrativo do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de São Paulo (Sindifrigo), explicou que os frigoríficos estão trabalhando normalmente e esperam a reversão deste momento de desvalorização. “Estamos confiantes na virada de preços”.
Ações futuras – A APCS deve fazer dois pedidos ao governo do Estado nos próximos dias. Um deles é a realização de uma campanha estadual, reforçando a qualidade da carne suína, promovendo-a como alimento seguro. O segundo pedido, mais interessante na opinião dos suinocultores, é a negociação da compra dos excedentes de produção pelo governo (caso haja necessidade). “A carne suína poderia ser destinada para merendas escolares e para polícia militar”, concluiu Ferreira.