Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Novo representante

Talamini assume a chefia-geral da Embrapa Suínos e Aves pela terceira vez.

Redação (20/01/2009)- O pesquisador  Dirceu João Duarte Talamini, após ter passado por concurso público,  assumiu cerimônia interna, realizada em 19/01, a chefia-geral da Embrapa Suínos e Aves – Unidade da Embrapa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-Mapa, localizada em Concórdia (SC), em substituição ao pesquisador Elsio Antonio Pereira de Figueiredo que deixa o cargo.

Trajetória profissional

Com vasta experiência na área de pesquisa e gestão, a trajetória profissional de Talamini está fortemente ligada à Embrapa onde ingressou no ano de 1974, no Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, MG, onde permaneceu até março de 1975.

Agronomo pela  Universidade Federal de Santa Maria, RS. Durante o curso de Agronomia, foi bolsista de iniciação à pesquisa do CNPq de 1972 a 1973, colando grau em dezembro de 1973, como o quinto melhor aluno dos 95 formandos. Foi aprovado também em vestibular para o Curso de Economia da mesma Universidade, cumprindo 60 % dos créditos.

Ainda em 1975 iniciou curso de Mestrado em Economia Agrícola na UFRGS em Porto Alegre, RS. Defendeu a tese “Sistemas de produção de suínos em Santa Catarina”. Essa tese consistiu no levantamento de 150 criações de suínos no interior de Santa Catarina e no desenvolvimento de metodologia e cálculo do custo de produção de suínos bem como a operacionalização da teoria de sistemas de produção, separando produtores em níveis tecnológicos e efetuando análises econômicas dos mesmos. A tese de mestrado fazia parte da programação de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves-CNPSA.

No ano de 1977, integrou-se aos poucos pesquisadores que se encontravam no Centro Nacional de Pesquisa de Suínos, colaborando na elaboração das primeiras diretrizes da pesquisa, na coordenação nacional da ciência e tecnologia relacionada à suinocultura, nos projetos de pesquisa que visavam a caracterizacão da suinocultura nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais bem como nos estudos para implantação da pesquisa de aves junto a de suínos, visando torná-lo no atual Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves, ou Embrapa Suínos e Aves como é conhecido hoje.

Em novembro de 1978 foi convidado a assumir a Chefia-Adjunta Técnica do CNPSA permanecendo na função até janeiro de 1984. Para a sua formação administrativa, participou de vários cursos especializados, com destaque ao realizado nos Estados Unidos: “Management of Agricultural Research” (USDA), Washington, DC e no “Research Management Workshop” na TEXAS A & M University, College Station, Texas, em setembro de 1982.  Participou de inúmeras reuniões e visitas técnicas aos setores de produção e de pesquisa em suínos e aves no Brasil e em outros países. Estabeleceu programa de cooperação Embrapa com o INRA – Institut Nacionale de la Recherche Agricole da França. Viabilizou a inclusão da Embrapa Suínos e Aves em convênio internacional da FAO-PNUD e foi membro do grupo de trabalho designado pelo Ministro de Agricultura para a realização de estudos sobre desenvolvimento de linhagens brasileiras de aves e a absorção da Granja Guanabara.
 
Em 1984, iniciou doutorado pela Universidade de Oxford, Inglaterra, sendo que sua tese versou sobre: Modelos de oferta, demanda de suínos e aves e análises do mercado internacional da carne de aves. Para a elaboração do estudo visitou e realizou levantamento de dados na França, Bélgica, Hungria, Holanda, Israel, Itália, Espanha e Egito, além do Reino Unido. Participou, também, durante sua permanência na Inglaterra, colaborando com o seu orientador, de uma pesquisa sobre a produção e o mercado da manteiga e outras gorduras da Nova Zelândia. Nesse período teve um relacionamento próximo com os demais estudantes de pós graduação e pesquisadores brasileiros que desenvolviam atividades no Reino Unido, ocasião em que foi vice-presidente da Associação de Estudantes em Pós-graduação e Pesquisadores Brasileiros no Reino Unido.

Retornou à Embrapa Suínos e Aves em janeiro de 1990. A partir de então elaborou, liderou e conduziu projetos de pesquisa sobre produção e mercado de carnes no Brasil. Elaborou e coordenou, também, um programa de cooperação técnica de três anos de duração, envolvendo a Embrapa suínos e Aves, o Conselho Britânico, a Universidade de Oxford e o CNPq.

Foi presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos do Alto Uruguai Catarinense e dos Empregados da Embrapa Suínos e Aves.

Por duas vezes, em Julho de 1996 e em Dezembro de 2000, após participar de Concurso Público, foi designado Chefe-Geral da Embrapa Suínos e Aves, apresentando proposta de trabalho que contemplava ações no sentido de ajustar a Unidade à nova realidade nacional e internacional, cujos principais resultados foram: maior exposição da instituição e dos pesquisadores ao ambiente externo; maior envolvimento da Unidade e dos pesquisadores nos problemas mais importantes e nas demandas das cadeias – produtivas da avicultura e suinocultura; ênfase na contratação de pesquisadores e analistas visando fortalecer as equipes interdisciplinares e interinstitucionais; realização de estudo para a identificação e priorização de demandas das cadeias produtivas de suínos e aves; aproximação do setor privado e cooperativas, buscando parcerias para realização de pesquisa, transferência de tecnologia assim como na produção e venda de suínos e aves; estabelecimento de Cooperação Técnica com a Cooperativa de Produção e Consumo de Concórdia – Copérdia; busca de novas fontes de financiamento da pesquisa; fortalecimento de áreas estratégicas de pesquisa, especialmente as de sanidade e meio ambiente; reorganização da estrutura organizacional da equipe gerencial e implantação das áreas de comunicação e negócios da Unidade.

Durante essas gestões, foram identificadas novas fontes de recursos e a captação de recursos privados o que viabilizou o contínuo crescimento da Embrapa Suínos e Aves. Promoveu-se, ainda, uma reorganização das atividades de suporte, visando a racionalização e redução de custos e melhoria da eficiência com a criação de indicadores de resultados. Implementou-se, também, a modernização dos sistemas de comunicação, informação e informática, com a disponibilização na Internet, sem custos, dos trabalhos produzidos na Unidade. A equipe de pesquisadores e técnicos de nível superior foi fortalecida com novas contratações e o quadro geral foi beneficiado com ações de treinamento, atendimento na área da saúde e de integração social.

Apesar da tarefa assumida frente à administração da Embrapa Suínos e Aves, manteve vínculo com as atividades técnicas, publicando trabalhos, participando de diversos fóruns com apresentação de palestras sobre cadeias produtivas, competitividade regional, além da prospecção do futuro da suinocultura e avicultura. Em outubro de 2000, participou de reuniões com instituições de pesquisa do Mercosul visando discutir métodos de priorização de pesquisas e de avaliação de desempenho de unidades.

Foi professor das disciplinas de gerenciamento e cadeias produtivas de suínos e aves em cursos de pós-graduação da Unoesc, campus de Chapecó, Xanxerê e Videira.

Em abril de 2004 encerrou sua função de Chefe-Geral da Embrapa Suínos e Aves retornando as suas atividades de pesquisa. E ainda nesse ano de 2004 foi distinguido como a Personalidade do Agronegócio Brasileiro pela Revistas Suinocultura e Avicultura Industrial em celebração aos 95 anos das Organizações Gessulli.

Também durante esse período foi líder do Projeto “Competitividade regional e os efeitos de políticas públicas sobre o desempenho das cadeias produtivas da suinocultura e avicultura de corte no Sul e Centro-Oeste Brasileiro”. É colaborador do Projeto sobre “Mercado de produtos agropecuários”, liderado pela Secretaria de Gestão Estratégica da Embrapa. Participa do grupo InterPig, composto por representantes dos países maiores produtores mundiais de suínos, que estuda a competitividade internacional da atividade e que realiza reuniões anuais nos diferentes países membros. Participa da “Red Iberoamericana de Estudios para la Competitividad Agroalimentaria – RIBECOM”, colaborando nos estudos da cadeia produtiva do frango do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, México e Espanha.

Três vezes chefe-geral

Agora, pela terceira vez, assume a chefia-geral da Embrapa Suínos e Aves e com o mesmo entusiamo, e com a experiência adquirida em todos esses anos de trabalho. As principais características da sua atual proposta de gestão são: a realização participativa, que aproveite o conhecimento e experiência dos colaboradores e que contribua na melhoria do ambiente de trabalho; o aumento do número de pesquisadores e analistas da Unidade; o estímulo ao trabalho em equipes dedicadas a projetos de pesquisa voltados ao tratamento das prioridades das cadeias de suínos e aves, definidas no Plano Diretor da Unidade (PDU) para o período de 2008-2011; o estabelecimento de projetos conjuntos com entidades públicas e privadas visando a melhoria e a manutenção da competitividade das cadeias produtivas; e o aumento das ações da Unidade em outras regiões do Brasil e no exterior.

Para Talamini, os principais desafios nessa nova gestão da Unidade são representados pela necessidade de se atender às demandas de tecnologia em todas as áreas do conhecimento, que mantenham a competitividade e o acesso ao mercado internacional das duas cadeias. “Existem demandas bem claras em temas relacionados à sanidade animal, segurança alimentar, redução de impactos ambientais da produção e adequação dos sistemas de produção às novas regiões brasileiras” – explicou.

Lidar com esses desafios requer planejamento, já materializado no atual PDU 2008-2011e por isso, em consonância com o PDU,  faz parte dos seus planos o aumento do tamanho da equipe técnica da Unidade, o fortalecimento do planejamento das equipes dos projetos de pesquisa e o estabelecimento de parcerias com outras Unidades da Embrapa, Universidades e instituições estaduais de pesquisa. “Outra iniciativa – acrescenta Talamini – será a de aumentar a inserção da Unidade nas empresas que atuam nas duas cadeias, visando facilitar a transferência da tecnologia gerada e aumentar o impacto da Unidade nas mesmas”.

A solenidade oficial de posse deve ter data definida brevemente.