Os chefs garantem: carne de porco é um alimento saboroso, suculento e perfeito para criações inusitadas. A professora de gastronomia da Unb e nutricionista Verônica Ginani confirma: “É um mito achar que ela é mais gorda do que a bovina ou a de frango. Tudo depende do corte que você utiliza. O lombo, por exemplo, é uma carne magra”, ensina.
Com o objetivo de incentivar o consumo dessa carne, de hoje até 20 de dezembro, 32 restaurantes da cidade participam do Festival Sabor Suíno, iniciativa da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin) e do Sindicato dos Suinocultores (Sindisuínos), em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/DF). Usando diversos tipos de corte da carne, como o filé, a picanha e o lombo, e com preços camaradas (de R$14,90 a R$ 34,90) os chefs dos restaurantes esperam conquistar mais adeptos.
No Onze Gastronomia, a picanha suína grelhada acompanhada de espetinho de abacaxi e de cebola (R$ 34,90, individual) foi o prato escolhido por Fernando Cabral para participar do festival. Segundo ele, é preciso `vender` mesa à mesa o prato. “Mas quando as pessoas aceitam a minha sugestão e experimentam, é sucesso garantido”, afirma. “O sabor é excepcional.”
Já no O Convento, a picanha é acompanhada de molho de tamarindo e alecrim e cuscuz de ervas (R$ 24,90, individual). “O molho de tamarindo dá uma adocicada no prato e deixa-o delicioso”, comenta Maria Christina Costa. “Nós servimos também uma linguiça com farofa que é um sucesso.”
E no BSB Grill, a costelinha assada temperada com molho barbacue (R$ 34,90) criada para o festival, promete conquistar os clientes. “Já temos o lombo suíno com queijo, que faz muito sucesso. Tenho certeza de que, com a costelinha, não será diferente e que depois manteremos o prato no cardápio, comenta o gerente Paulo Roberto Oliveira.
Porco com farofa
Há um ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Suíno (ABCS) realizou uma pesquisa de opinião sobre o consumo da carne de porco no país e adotou uma campanha em sete estados e no DF para aumentar a venda do produto, disponibilizando no mercado novos cortes da carne. A iniciativa deu resultado e fez com que uma rede de supermercados local aumentasse as vendas em 210%.
Com novos cortes à disposição, os chefs dos restaurantes aproveitaram para criar pratos diferentes. João Alves de Macedo, dono do Crepe Royale, foi um deles. Para o Festival Sabor Suíno, a casa oferece um crepe recheado com alcatra suína ao molho royale, que leva vinho branco e raspas de tangerina (R$ 14,90). “Ficou uma delícia essa nova receita e tenho certeza de que as pessoas vão gostar. A carne de porco é mais leve do que a bovina”, repete.
No Bar do Calaf, os clientes poderão optar pela iscas de lombinho refogada com cebola e batata, cobertas com maionese de alho e manjericão (R$14,90). “Na Espanha come-se muita carne suína e, como tenho origem espanhola e adoro esse tipo de carne, não poderia deixar de participar do festival e montar um pestisco especial.”, comenta Venceslau Calaf. “Servimos pratos com carne suína pelo menos três vezes por semana no nosso bufê e as pessoas adoram. É uma carne que vai muito bem com massas”, orienta.
No Feitiço Mineiro, assim como no Calaf, o lombo foi o corte escolhido para participar do festival. Lá, a carne é servida grelhada acompanhada de arroz branco, tutu de feijão, farofa e couve refogada (R$ 24,90). Segundo o gerente Onivan Alves de Moares, a casa, por ser mineira, já oferece pratos com carne suína há alguns anos. “É tradição mineira comer carne de porco principalmente com farofa. Por isso, sempre tivemos em nosso bufê opções como a costelinha e o pernil”, explica.