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Meio ambiente

BR terá meta para emissões até 2020

<p>País vai levar a CoP-15 previsão de redução na emissão de CO2 até 2020. Segundo Dilma Rousseff compromisso será "voluntário" e "perfeitamente mensurável".</p>

O governo brasileiro vai levar para a cúpula mundial de mudanças climáticas, em Copenhague, Dinamarca, uma previsão de redução na emissão de CO2 até 2020. A chefe da Casa Civil e da delegação brasileira em Copenhague, ministra Dilma Rousseff, assegurou que este ” compromisso voluntário será perfeitamente mensurável e quantificável ” . Não quis, no entanto, adiantar qual será este percentual, que será anunciado hoje em São Paulo. “O que posso dizer é que vocês terão uma surpresa”, declarou a ministra.

É mais um recuo do governo brasileiro em relação ao mesmo tema. Na semana passada, durante reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a própria ministra disse que o Brasil dificilmente levaria para a cúpula sobre o clima uma previsão fechada de redução na emissão de gases.

A ministra-chefe da Casa Civil insistiu que não havia necessidade deste tipo de compromisso por parte do governo brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse, na ocasião, que em encontros deste tipo os governos apresentam ” intenções gerais, não números específicos ” . Ontem, assegurou-se o contrário.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defende uma meta de redução na ordem de 40%, com base no número de emissões de 1990. Ontem, durante anúncio da redução de desmatamento na Amazônia, Minc disse que colegas ambientalistas indagam por que Dilma será a chefe da delegação brasileira em Copenhague.

” Eu respondo para eles que é uma demonstração de que, neste governo, terminou a divisão entre ambientalistas e desenvolvimentistas. A ministra Dilma vestiu a camiseta verde do desenvolvimento sustentável ” , exaltou Minc.

A reunião de hoje, no escritório da presidência em São Paulo, servirá para o governo fechar a proposta que levará a Copenhague. Além da redução das emissões, está certo que o Brasil vai se comprometer com a redução, em 80%, do desmatamento na região amazônica, o que representa uma redução de 580 milhões de toneladas na emissão de CO2. É intenção diminuir o desmatamento também em outros biomas, como o cerrado e a caatinga.

O governo federal também vai criar incentivos, como linhas de crédito e isenções fiscais, para que as siderúrgicas e os empresários do agronegócio produzam de maneira sustentável. De acordo com Dilma Rousseff, a ideia é criar o chamado ” aço verde ” . Estas duas indústrias são consideradas, pelos ambientalistas, as principais responsáveis pela poluição e pelo desmatamento na região Amazônica.

Ontem, o governo anunciou os dados verificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia. Em 2008, foram derrubados sete milhões de quilômetros quadrados de floresta, o melhor resultado desde que o instituto começou a utilizar a técnica de monitoramento por satélite, em 1988. O resultado anunciado ontem representa uma queda de 45% no desmatamento em relação ao verificado em 2008.

Para Dilma, o bom resultado foi obtido com a união de duas ações governamentais: a Operação Arco de Fogo – que envolveu o Ibama, a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança – no combate ao desmatamento e ao contrabando de madeira na região; e a Operação Arco Verde Terra Legal, que regularizou títulos fundiários de pequenos produtores da região. ” Esta união é fundamental, pois apresenta alternativas para a população fora do desmatamento ” .

Minc brincou que continua defendendo a meta de desmatamento zero. Mas provocou companheiros ambientalistas que militam em organizações não governamentais. ” Se reduzirmos o desmatamento a zero, este pessoal vai ter que procurar outra coisa para fazer ” , disse o ministro, provocando gargalhadas na plateia. Para ele, as ações recentes do governo federal são importantes, porque permitem o desenvolvimento sustentável, com geração de riqueza, emprego e renda para a população mais carente.

” Engraçado que, ao editarmos esta medida provisória regularizando as terras da Amazônia, batizaram-na de MP da grilagem ” , disse o ministro do Meio Ambiente. Dirigindo-se aos pequenos proprietários rurais que estavam na plateia, completou. ” Estes homens e mulheres que aqui estão não têm cara de grileiros. São trabalhadores que agora têm direito à terra. “