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Agroenergia

Shree Renuka compra usinas no PR

<p>Aquisição marca a entrada do grupo indiano no Brasil. Empresa deverá fazer amanhã oferta para a aquisição das duas unidades paulistas da Equipav.</p>

O grupo indiano Shree Renuka anunciou ontem (11/11) a compra das duas usinas de açúcar e álcool da companhia Vale do Ivaí, instaladas no Paraná. A aquisição marca a entrada da empresa indiana no Brasil, que agora está concentrando esforços para levar as duas usinas da Equipav, de São Paulo, apurou o Valor.

A companhia pagou US$ 82 milhões pelas usinas da Vale do Ivaí e assumiu dívidas de US$ 240 milhões da empresa. O grupo indiano é um dos principais produtores de açúcar da Índia, com o refino de 1 milhão de toneladas por safra, informou Narendra Murkumbi, principal executiva da companhia, em recente entrevista ao Valor.

A estreia do grupo indiano no Brasil faz parte da estratégia da companhia de expandir seus negócios fora do seu País de origem. A companhia deverá apresentar amanhã proposta para levar as duas unidades produtoras da Equipav, colocadas à venda. Além da Shree Renuka, também estão interessadas nos ativos da Equipav a Cosan, Bunge e Noble.

O grupo Vale do Ivaí tem duas usinas instaladas no Paraná e uma no Triângulo Mineiro. As negociações com a Shree Renuka envolvem apenas os ativos do Paraná, que incluem além das duas usinas, com capacidade para moer 3,1 milhões de toneladas de cana por safra, participações em infraestrutura logística: dois terminais portuários – um de açúcar, a Pasa (Paraná Operações Portuárias), com 12,7% , e o de álcool, Álcool do Paraná, com 9,08%, e 8% na CPA Trading.

A unidade do grupo em Minas Gerais permanecerá com os acionistas da Vale do Ivaí, que é controlada pela família Longo, informou ao Valor Paulo Zanetti, CEO do grupo paranaense e acionistas minoritário da Vale do Ivaí, com 7,5% de participação.

A unidade Fronteira, instalada no Triângulo Mineiro, processa cerca de 700 mil toneladas de cana-de-açúcar por safra. Segundo Zanetti, a família Longo pretende ampliar a capacidade de produção dessa unidade e também tem um projeto “greenfield” (construção a partir do zero) a 22 quilômetros de distância dessa usina, que poderá ser tocado até 2012. O executivo permanecerá como diretor-presidente nas usinas paranaenses, em acordo feito com o grupo indiano.

“Houve uma cisão com a venda das usinas do Paraná e a infraestrutura logística. Acreditamos que a negociação deverá fortalecer as regiões onde as usinas estão instaladas [Marialva e Cambuí]”, afirmou Zanetti.

A entrada da companhia Shree Renuka no setor sucroalcooleiro reforça o movimento de concentração nesse segmento. Com a crise financeira que estourou no ano passado, cerca de 50 unidades produtoras do Centro-Sul foram colocadas à venda. As multinacionais têm sido responsáveis pelas recentes aquisições no setor.