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Safra

Produção agrícola no RN

<p>Dados do IBGE apontam queda de 19,48% na produção de cereais, legumes e oleaginosas do Estado.</p>

A chuvas tão esperadas pelos agricultores acabaram passando dos limites em 2009 e resultaram em queda de 19,48% na produção de cereais, legumes e oleaginosas e em um tímido aumento de 2,8%, se consideradas as 15 principais culturas do Rio Grande do Norte. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram coletados em setembro deste ano, quando encerrou a safra de cereais. A comparação é feita com dezembro de 2008. Os dados mostram que a queda na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi puxada principalmente por produtos como algodão (-26,35 %) , feijão (-35,21 %) e milho (-23,11%). Por outro lado, o arroz apresentou crescimento de 68,49%.

O engenheiro agrônomo do IBGE, Tarcísio Soares, explica que a redução e o aumento da produção dessas culturas foram consequencia do excesso de chuvas. “O feijão, o milho e o algodão foram prejudicados pelo encharcamento do solo, o mesmo fator beneficiou o arroz”. De acordo com Soares, a perda registrada na produção é considerada expressiva. “No início do ano era esperado um bom desempenho em razão das chuvas, mas choveu demais”, argumenta.

Entre as outras culturas que tiveram perdas estão a mamona (-100%), o girassol (-0,25%), o sorgo granífero (-1,15%) e a mandioca (-0,61%). As culturas, além do arroz, que tiveram ganho de produção foram: o abacaxi (30,08%), tomate (13,65%), banana (4,99%), cana-de-açúcar (3,90%), castanha de caju (0,86%), coco da baía (0,35) e sisal (0,32).

Com relação à área colhida houve redução de 5,07% em relação ao ano anterior, caindo de 429.612 ha para 407.810 ha, representando 21.802 hectares cultivados a menos. Diante desse quadro, as microrregiões mais prejudicadas com perda na produção foram a Borborema Potiguar (-8.258 t) e Agreste Potiguar (- 5.372 t). E as que tiveram maior destaque: As microrregiões de maiores destaques foram Chapada do Apodi ( 23 326 t), Pau dos Ferros (14 553 t), Mossoró (10 581 t), Angicos (1 818 t) e Macau (967t).

“A perda foi grande mais foi concentrada nas regiões mais acidentadas, onde caiu muita água”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado, Manoel Cândido. Mas mesmo com o prejuízo, o presidente da Fetarn não reclama das chuvas. “A chuva é melhor do que a seca porque dá para recuperar alguma coisa”, explica e pede para o próximo ano mais chuvas, mas dessa vez na medida certa. “Esperamos um bom inverno e, com isso, uma boa safra”.

As primeiras projeções da safra de 2010 no RN só serão divulgadas pelo IBGE em fevereiro do próximo ano, período em que a safra é iniciada e que se tem as primeiras previsões climáticas.

Quebra também reduz empregos no campo

A redução na produção agrícola no Rio Grande do Norte em 2009 refletiu também no mercado de trabalho no campo. Segundo o presidente da Fetarn, Manoel Cândido, a queda na prejudicou principalmente os trabalhadores das regioes do Vale do Açu e do Vale do Apodi.

Juntas, as duas regiões possuem entre 10 e 15 mil trabalhadores da agricultura familiar. “No caso dos agricultores familiares é possível recorrer ao programa de indenização do governo federal, Garantia Safra. Mas para isso, é preciso que tanto o agricultor como o município tenha se organizado e atendido a uma série de requisitos, entre eles, a decretação de calamidade pública”, afirma Candido.

Caged – Dados do Cadastrado Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego apontam que houve redução de 8,51% dos empregos formais na agropecuária no RN de janeiro a setembro. Isso representa uma perda de 1.454 vagas, sendo 8.065 admissões e 9.519 demissões.

Nos 12 últimos meses, a variação do número de empregos no setor também foi negativa, com redução de 11,03%, considerando 10.598 admissões e 12.545 desligamentos. Entre 2008 e 2009, o setor da agropecuária ficou em terceiro lugar entre os que mais tiveram redução no número de empregos formais, ficando atrás apenas do setor de serviços, indústria e utilidade pública e da construção civil, que teve uma perda de 13,83% de vagas.

Já no mês de setembro houve um crescimento de 9,67% das vagas na agropecuária, com a geração de 1.915 vagas e apenas 506 desligamentos.