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Meio Ambiente

Desmatamento contestado

<p>Minc não engoliu dados da pesquisa feita por ONG. Ministro afirma que desmates está em queda, ao contrário do que afirma Imazon.</p>

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) contestou ontem a pesquisa feita pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que indica aumento de 167% no desmatamento da Amazônia.

De acordo com o ministro, a tendência do desmatamento na região é de queda. Ele disse que o levantamento da ONG, feito com base em imagens aéreas, foi influenciado por nuvens.
O estudo do Imazon aponta desmatamento de 273 km2 em agosto, contra 102 km2 no mesmo período do ano passado.

Minc afirmou que os dois dados estão errados. Citando dados do Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), ele disse que, em agosto de 2008, o desmatamento foi de 756 km2, contra 498 km2 este ano. Ou seja, o avanço sobre a mata foi ainda maior do que o indicado pela ONG, mas está em tendência de queda.

“Se o dado de agosto fosse 273 km2 seria ótimo, considerando os dados deste mês. Porque os piores meses de desmatamento são junho, julho e agosto. Nós abaixamos o desmatamento de 13 mil km2 para 9 mil km2 [por ano]”.

O titular do Meio Ambiente argumentou ainda que “o dado compara um mês que tinha muita nuvem [o que influencia no levantamento]”.

O pesquisador do Imazon Adalberto Veríssimo disse que há uma diferença metodológica no levantamento do Deter e do Imazon -o primeiro considera a área de floresta degradada e o segundo, a floresta totalmente devastada.

Segundo Veríssimo, agosto de 2008 teve mais nuvens do que este ano, mas isso não teve impacto na tendência de alta identificada. “Não estamos diante de um novo surto de desmatamento. Mas estamos com o sinal amarelo ligado”.

Minc ainda comparou os dados com o registrado na gestão de sua antecessora, a senadora Marina Silva (PV), pré-candidata à Presidência. “Se pegar a gestão Marina, que foi uma boa gestão, em agosto esteve em 1.500, 1.800, 2.000 km2”, disse.

No período em que Marina esteve à frente do ministério, entre janeiro de 2003 e maio de 2008, o Deter indica que o desmate foi superior a 1.000 km2 em 2004 e 2005. Em 2006 e 2007, o número foi de 473 km2 e 230 km2 em 2006 e 2007, respectivamente.