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Consumo

UBA se manifesta contra campanha "Segunda sem Carne"

<p>Entidade encaminhou ofícios de indignação ao secretário do Verde e Meio Ambiente e ao prefeito de São Paulo. Estes órgãos públicos apoiam a campanha promovida pela Sociedade Vegetariana Brasileira.</p>

Para o setor de carnes, a campanha “Segunda sem Carne”, promovida pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), é um “desrespeito”, conforme sintetiza o título do artigo do Informe UBA nº 54, de 25 de setembro de 2009, assinado pelo presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes (veja a reprodução do texto abaixo).

Conforme o site da SVB e notas já publicadas pela imprensa, a campanha “Segunda sem Carne” tem como objetivo incentivar os paulistanos a deixarem de consumir carne, pelo menos, uma vez por semana – às segundas-feiras, e, assim, diminuir gradativamente o consumo de carne no seu dia-a-dia.

Esta prática, conforme argumenta a Sociedade Vegetariana, gerará benefícios para a saúde e, também, para o meio ambiente. O lançamento da campanha está marcado para o próximo dia três de outubro e a ação conta com o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e da Prefeitura de São Paulo.

Segundo a SVB, a carne foi escolhida para protagonizar a campanha devido a sua “produção insustentável”, que vai muito além das questões que envolvem o sacrifício dos animais. A entidade ainda argumenta que “ao eliminar – ou, pelo menos, diminuir – o consumo de carne, reduzimos, também, o desperdício de água e proteínas vegetais, o desmatamento e a desertificação. Além de contribuirmos para a redução dos rebanhos animais e, consequentemente, da emissão de metano”.
 
Diante da sugestão do não consumo de carnes às segundas-feiras, a UBA, representante de uma das maiores cadeias de carnes do Brasil – a avicultura brasileira produz 11 milhões de toneladas de carne de frango ao ano, é a maior exportadora do produto do mundo e gera mais de cinco milhões de empregos diretos e indiretos pelo País – mostrou-se indignada com o conteúdo e com a justificativa da campanha e enviou ofícios de manifestação ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e ao secretário do Verde e do Meio Ambiente do município, Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, no último dia 22 de setembro. A UBA agora aguarda uma reposta ou um parecer oficial da prefeitura de São Paulo sobre o assunto.

A campanha – A campanha que a Sociedade Vegetariana Brasileira está promovendo teve início fora do Brasil. Foi nos Estados Unidos, em 2003, onde é conhecida como “Meatless Monday” e ganhou repercussão na mídia quando o cantor e ex-Beatle Paul McCartney deu início ao movimento na Inglaterra. Aqui no Brasil, a iniciativa ainda engatinha, mas já tem o apoio de entidades radicais como o Greenpeace.

Íntegra do artigo publicado no Informe UBA nº 54

 
Desrespeito

A liberdade de escolha e o livre arbítrio é um direito de todo cidadão brasileiro. O acesso à informação correta, também. Quando se usa a inverdade para a indução do pensamento das pessoas, não é exagero dizer que se institui a ditadura da escolha.

Sejamos mais claros: nesta semana, recebemos a informação que a Sociedade Vegetariana Brasileira promoverá no próximo dia 03 de outubro uma campanha batizada como “Segunda sem Carne”.

O nome é auto-explicativo. A iniciativa teria toda a legitimidade se não se utiliza de uma inverdade para se autopromover. Na divulgação feita à imprensa, a campanha busca “incentivar os paulistanos a diminuírem, gradativamente o consumo de carne”, com a justificativa que tal iniciativa trará “benefícios para a saúde e, também, para o meio ambiente”.

E tão absurdo quanto a própria campanha é saber quem a apóia: a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, um órgão público da prefeitura da cidade de São Paulo.

Não é novidade para a sociedade o quão bem fazem os produtos avícolas para a saúde humana. Uma infinidade de pesquisas científicas aponta os benefícios como baixíssimos teores de gordura e rica em nutrientes fundamentais para qualquer dieta, como proteínas, vitaminas e outros.

Por outro lado, somos um nicho de produção que trabalha constantemente em prol da minimização dos impactos de resíduos no meio ambiente. Também, em ações pró-ativas, nossas indústrias trabalham diversos projetos de preservação e recuperação ambiental.

Isso, sem considerar que formamos um segmento que ajuda a garantir segurança alimentar à população brasileira. Hoje, a carne de frango é a mais consumida (39kg/per capita/ano) justamente por ser a mais acessível. E, diferente de outros modelos de produção, envolvemos uma grande massa trabalhadora – com a geração de 5 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país – gerando recursos que hoje representam 1,5% do PIB Nacional.

Ou seja: os ditos benefícios sociais defendidos por tal campanha, na verdade, convertem-se em malefícios diretos à sociedade, seja na geração de renda ou na segurança alimentar. Além disso, deixa implícita a penalização àqueles que desenvolvem projetos pró-ambientais.

Nós, como entidade do setor avícola, nos posicionamos frente ao órgão e ao prefeito do município em relação à propagação desta inverdade – enviando ofício que deixa clara nossa indignação. Sugerimos o mesmo para todos àqueles que, assim como nós, se sentirem de alguma forma ofendidos com a sugestão da carnes como “maléfica à saúde”. Não dá mais para ficar indiferente a manifestações que deturpam o verdadeiro benefício que o setor traz para a sociedade.”