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Empresas

Dívidas da Parmalat

<p>Laep quer renegociar com credores as dívidas de sua controlada, que está em recuperação judicial.</p>

A Laep Investiments quer renegociar com credores de sua controlada, a Parmalat Brasil, que está em recuperação judicial, novas condições e prazos para pagamentos do restante das dívidas da empresa. A proposta será analisada em assembleia geral no dia 14 de setembro.

A Laep, que deve divulgar um prejuízo em seu balanço de 2008, vai solicitar aos credores da Parmalat prazo de seis meses de carência para o pagamento das parcelas do valor principal previsto no plano de recuperação judicial e limitação dos pagamentos mensais em R$ 1 milhão.

Quando a Laep comprou a Parmalat em 2006, a dívida desta com credores incluídos no processo de recuperação judicial chegava a aproximadamente R$ 800 milhões. O total das dívidas com instituições financeiras somava R$ 636,6 milhões (R$ 590 milhões com bancos, sem garantia, e R$ 46,6 milhões com o Banco do Brasil, com garantias reais).

Após deságio de 85%, as dívidas com credores financeiros foram totalmente quitadas. Com credores operacionais, como fornecedores de insumos, a Parmalat tinha uma dívida de R$ 117 milhões. Hoje, após pagamentos das parcelas desde o início da recuperação judicial, o débito caiu para R$ 35 milhões, segundo informou a Laep. O número de credores que no início da recuperação judicial superava os 10 mil hoje é de apenas oito.

A justificativa da Laep para solicitar a renegociação das dívidas é que teve de pagar ” valores que não constavam da lista original (inclusive credores de empresas do antigo grupo Parmalat), o que a lei [de recuperação judicial] veda expressamente. ” Além disso, afirma ter arcado com credores trabalhistas de outras empresas do antigo grupo Parmalat, que não têm relação com a Parmalat Brasil. A empresa também informa ter sofrido ” diversos bloqueios judiciais decorrentes de decisões judiciais relativas a outras empresas do antigo grupo Parmalat italiano, em flagrante desacordo com a Lei de Recuperação Judicial” .

Segundo a empresa, a negociação com os credores é “uma alternativa para assegurar a previsibilidade do fluxo de caixa”.

Desde meados do ano passado, a controladora da Parmalat enfrenta dificuldades financeiras, que a levaram a se desfazer de ativos – como o recente arrendamento, com opção de venda, de fábrica em Carazinho para a Nestlé. Além disso, a Parmalat decidiu concentrar a produção de lácteos no Sudeste do país.

Num cenário com ações despencando na bolsa e crise internacional, a Laep enfrentou também dificuldades para rolar dívidas. Para piorar o quadro, o setor de leite viveu uma crise no último ano, com queda de preços.