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Celebração avícola

<p>Entidades do setor comemoram o Dia do Avicultor. Data, celebrada em 28 de agosto, coincide com quatro décadas do sistema de integração.</p>

No dia 28 de agosto é comemorado o Dia do Avicultor. E a data, celebrada pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) e pela União Brasileira de Avicultura (UBA), está coincidindo com cerca de quatro décadas do sistema de integração entre produtores e frigoríficos, que contribuiu decisivamente para que o Brasil se tornasse o maior exportador mundial e o terceiro principal produtor de carne de frango.

A unidade estabelecida entre produtores, frigoríficos e exportadores é fator preponderante para que, mesmo com a instabilidade registrada nos principais mercados importadores em decorrência da crise financeira internacional, o setor não tenha sido tão impactado e mantenha um crescimento de 15% ao ano desde 2000.

A produção brasileira de frangos, de elevado status sanitário e de qualidade e que agrega valor ao agronegócio brasileiro, foi amplamente estimulada com a implantação do sistema de integração. Originário dos EUA na década de 1950 foi estabelecido no Brasil nos anos 60. Foi o início de um processo que poucos anos depois, em 1976, daria frutos como o primeiro embarque do nosso produto para o mercado internacional.

Hoje mais de 85% da criação avícola no Brasil segue o sistema de integração. O potencial de produção de pintos de cortes, que em 1989 era de cerca de 1,5 bilhão, em 20 anos atingiu a marca de 6,5 bilhões. Dados da Apinco mostram que o sistema de integração para alojamento de pintos de cortes faz a diferença. Na Região Sudeste, onde predominam os criadores independentes, os índices são de 1,2 bilhões de pintos, enquanto nas Regiões Sul e Centro-Oeste, onde produtores estão em parceria com a agroindústria, o crescimento percentual é superior às outras regiões e chega a 3 bilhões de aves.

Oportunidades

Onde o sistema de integração está implantado e funcionando, especialmente com avicultura e suinocultura, a prosperidade está presente. O modelo gera para o produtor fluxo de caixa constante porque, diferente de outras culturas do agronegócio – que são anuais ou bianuais – com o abate dos lotes, em 60 dias, o rendimento é partilhado pelas partes, possibilitando uma melhor administração do caixa da propriedade rural.

A parceria entre integrados e agroindústrias oferece também a oportunidade de capacitação, tais como, programas de qualidade, de gestão rural e ambiental.  Conceitos que podem ser utilizados em outras atividades dos participantes.

Outro ponto importante da atividade está ligado à estabilidade, na medida em que a integradora é responsável por fornecer os pintainhos, ração, vacinas, medicação, assistência técnica e transporte. O produtor parceiro tem a retirada garantida dos animais ao final do lote, não ficando sujeito às oscilações de mercado, mas somente a produtividade/performance.

O acesso a tecnologia e a estabilidade econômica proporcionados pelo sistema oferecem segurança, o que ajuda também na fixação do homem no campo. O modelo mantém, ainda, a liberdade de trabalho, de horários e autonomia de gestão da criação pelo parceiro integrado.

Merece destaque também o elevado nível de geração de empregos. O agronegócio avícola é responsável por 5 milhões de empregos, diretos e indiretos. A estimativa é de que na avicultura, para cada emprego direto gerado, nove outros indiretos são oferecidos em toda a cadeia. Os dados mostram que para cada milhão investido no agronegócio são criados 212 novos postos de trabalho. O investimento no setor faz com que haja geração de renda, pois a instalação e desenvolvimento de agroindústrias elevam o PIB dos locais onde são implantadas.

A questão da sustentabilidade também é contemplada por meio da parceria entre produtores e agroindústrias. Neste sentido são observadas as condições ambientais dentro dos parâmetros técnicos/legais e econômicos. Os integrados são orientados para atender ao código sanitário estadual, fazerem uso racional da água, manejo do solo, importância da mata ciliar e sua recuperação, assim como da biodiversidade e manejo de nutrientes.

Os integrados têm acesso ainda a financiamentos por intermédio de projetos das agroindústrias. Os projetos negociados têm viabilidade dentro do prazo de pagamento por meio de geração de caixa da atividade, e como consequência, baixíssima inadimplência destes financiamentos.

A produção por meio do sistema de integração dá oportunidade para que o faturamento seja concentrado na propriedade, pois enquanto outras atividades agrícolas necessitam de extensas áreas para gerar renda, a avicultura precisa de pequenas áreas e possibilita desempenho de outras atividades paralelas, tais como fruticultura e horticultura.

A avicultura brasileira é uma indústria pujante, moderna e inovadora e que hoje está presente em mais de 150 países de todos os continentes. E isto só foi possível graças à adoção do sistema de integração que uniu produtores e frigoríficos, parceria que estimulou as exportações de um produto com garantia de qualidade, sanidade. 

Segundo o presidente da Abef, Francisco Turra, a avicultura integrada é a melhor e mais justa reforma agrária já realizada no país, com distribuição de renda e garantia de qualidade de vida para os parceiros.  “O sistema de integração entre produtores e frigoríficos no setor avícola é um fator preponderante para que a avicultura tenha se tornado um dos mais importantes setores do agronegócio nacional”, destacou Francisco Turra.

O presidente da UBA, Ariel Mendes, lembra que este sistema alavancou a produção brasileira a um status ímpar de produtividade.  “Nosso modelo avícola, baseado no trabalho e na dedicação ‘diuturna’ dos integrados, permitiu ao país desenvolver níveis de desempenho que faz com que a avicultura brasileira seja hoje a melhor do mundo”, ressalta Mendes.