Avicultura e a criação de aves para produção de alimentos: carne e ovos. Saúde, genética, manejo, bem-estar e nutrição avícola interagem sinergicamente aos indicadores das empresas. Planos de nutrição avícola contemplam a formulação de macros e microingredientes, que possibilitem atender o potencial genético e gerar o menor custo de produção, considerando a ave na plataforma da indústria e/ou o preço final do alimento dessa matéria-prima. Por isso, não sou favorável à avaliação de resultados por fatores de produção (FPs) ou índices de eficiência produtivos (IEPs) empregados na indústria avícola. Devemos ver o resultado econômico do nosso processo, considerando índices zootécnicos, rendimento da indústria e preços da ração e do mercado do frango.
Caso o mercado esteja bom, às vezes, é necessário encarecer o preço da ração e o inverso também pode ser verdadeiro. Engana-se quem pensa que a nutrição somente interessa à cadeia de produção, pois no processamento industrial e no alimento também é considerada como responsável pela qualidade da matéria-prima (frango vivo). A avicultura no Brasil destaca-se no complexo de proteína animal por ser considerada a mais dinâmica e tecnificada e na nutrição animal isso não é diferente. Os nutricionaistas trabalham para obter o máximo de rendimento da ave, associado às boas práticas de criação e fabricação e ligado ao melhor pacote genético, considerado o mercado.
A produção brasileira em 2009 ultrapassará 11 milhões de toneladas de carne de frango. O mercado interno – maior demanda da nossa produção – tem mudado o hábito de consumo, deixando de consumidor a carne bovina para aumentar o consumo da carne branca do frango, chegando a quase 40 kg por habitante/ano. Considerando os macros ingredientes da ração para chegar à tonelagem viva para atender essa produção, gastam-se 65% de milho e 30% de soja, ou substitutos, e os restantes 5% são minerais e vitaminas.
Ciências como biologia, engenharia, veterinária, zootecnia, economia, administração e agronomia atuam em controle de indicadores com apoio da pesquisa, qualidade, tecnologia de ponta da produção ao mercado, que somada à competência de gestão das organizações fazem a diferença. A Embrapa e várias instituições de ensino contribuem em pesquisas e as empresas na instrução e no intercâmbio com produtores e parceiros de toda a cadeia. O mundo aprecia nosso frango e temos muita responsabilidade na manutenção desse status, controlando insumos utilizados na alimentação das aves, que tragam segurança ao consumidor final.
Boas Práticas de Fabricação são aplicadas em plantas de ração que sustentam a nutrição balanceada nas dietas, gerando uma garantia de resultado através dos controles do processo. As boas práticas também englobam pontos críticos como a limpeza e organização da unidade até a homologação de fornecedores dos macros e microingredientes utilizados. Laboratórios físicos e químicos ficam à disposição dessas unidades, avaliando as metas traçadas com o efetivo resultado das matérias-primas e processos usados, dando início à garantia de qualidade que chega à indústria e sai na forma de alimento ao mercado.
Controle de qualidade de grãos e insumos de ração, às vezes, é negligenciado. Em Estados onde ocorrem muitas chuvas, é importante que os produtores de cereais tenham atenção redobrada nas aquisições futuras das empresas para garantir o resultado econômico na avaliação geral do processo, que é a geração de alimento com qualidade dentro de um custo que remunere adequadamente o setor.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.