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Exportação

Exportação de básicos cai

<p>Retração da demanda internacional faz exportação de básicos cair 13,8% em julho.</p>

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou, hoje (3/8) o resultado da balança comercial brasileira no mês de julho de 2009. No período, as exportações brasileiras somaram US$ 14,143 bilhões, com uma média diária de US$ 614,9 milhões, valor 10,7% menor que o verificado em junho deste ano, quando a média chegou em US$ 689 milhões. Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, esse desempenho foi atribuído, principalmente, aos embarques de produtos básicos que decresceram 13,8% no período, principalmente, soja (-48%).

No mês, as exportações de produtos industrializados acumularam uma queda de 7,8% sobre junho, sendo que os produtos manufaturados e os semimanufaturados caíram 8,6% e 5,1%, respectivamente. Para o secretário Barral, esses números refletem a retração de demanda nos principais parceiros comerciais do Brasil. “Aguardamos a recuperação das principais economias do mundo para começarmos a registrar números mais positivos no comércio exterior brasileiro. Enquanto isso, continuamos apostando nas ações de diversificação de destinos e da pauta exportadora do Brasil, com a constante promoção de missões comerciais por diversos países, sobretudo a mercados em desenvolvimento, que são as economias menos afetadas pela crise internacional “, ressaltou o secretário.

Em relação a julho de 2008, foram observados decréscimos nas exportações de produtos das três categorias: semimanufaturados (-41,5%), manufaturados (-33,6%) e básicos (-23,1%).
No conjunto de produtos semimanufaturados, as principais quedas foram registradas nos embarques de semimanufaturados de ferro e aço (-68,3%), ferro-ligas (-51,4%), ouro em forma semimanufaturada (-51%), óleo de soja em bruto (-46,4%), celulose (-41,3%), alumínio em bruto (-36,6%) e couros e peles (-34,6%). Nessa comparação, por outro lado, cresceram as exportações de açúcar em bruto (+34,3%).

As exportações de manufaturados apresentaram queda, principalmente, de automóveis de passageiros (-46%), laminados planos (-44,8%), óleos combustíveis (-41%), etanol (-37,7%), autopeças (-33,3%), aviões (-31,9%), motores e geradores (-30,8%), calçados (-29,5%) e aparelhos celulares (-25,4%). Entretanto, houve aumento das exportações de açúcar refinado (+36,8%) e óxidos e hidróxidos de alumínio (+15,2%).

Entre os produtos básicos, as maiores quedas ocorreram em carne suína (-42,4%), minério de ferro (-40,2%), carne bovina (-28,9%), carne de frango (-23,9%), soja em grão (-22,8%), café em grão (-6,8%) e petróleo em bruto (-4,9%). Nessa categoria de produtos houve crescimento nas vendas de fumo em folhas (+16,5%) e farelo de soja (+1,7%).

Importações – As importações, no mês, somaram US$ 11,215 bilhões e a média diária chegou a US$ 487,6 milhões. Por esse critério, houve crescimento de 4% sobre a média verificada no mês passado (US$ 468,7 milhões). Perguntado se esse aumento pode ser atribuído ao câmbio e se ele é preocupante, o secretário Barral disse que uma variação positiva nas importações de matérias-primas seria preocupante, já que essa categoria de produtos responde por 46,6% das importações totais do Brasil. Sobre o crescimento de 4% em relação a junho deste ano, o secretário disse que esse índice é pequeno, mas que a baixa cotação do dólar pode impactar os números daqui para a frente.

Em relação ao julho do ano passado, quando a média diária das importações chegou a US$ 744,4 milhões, houve queda de 34,5% em virtude das aquisições de combustíveis e lubrificantes (-52,8%), matérias-primas e intermediários (-32,5%), bens de capital (-31,9%) e bens de consumo (-17,9%).

Superávit e fluxo – No mês, o superávit comercial (diferença entre os valores exportados e os importados) totalizou US$ 2,928 bilhões, com uma média diária de US$ 127,3 milhões. Em relação a junho deste ano, quando a média diária do saldo comercial foi de US$ 220,2 milhões, houve retração de 42,2%. Já sobre o desempenho médio diário do superávit em julho do ano passado (US$ 144,7 milhões) a queda foi de 12%.

O fluxo comercial (soma das duas operações), na mesma comparação, chegou a US$ 25,358 bilhões no mês, com média diária de US$ 1,103 bilhão. Por esse critério, houve queda de 4,8% em relação a média diária registrada em junho deste ano (US$ 1,158 bilhão) e de 32,5% sobre a verificada em julho do ano passado (US$ 1,634 bilhão).

Ano – De janeiro a julho de 2009, as exportações acumulam US$ 84,095 bilhões (média diária de US$ 580 milhões). Em relação ao desempenho médio diário das vendas brasileiras a mercados estrangeiros no mesmo período do ano passado (US$ 760,9 milhões), houve um recuo de 23,8% atribuída a retração nos embarques de produtos das três categorias: manufaturados (-31,1%), semimanufaturados (-29,8%) e básicos (-10,6%). Ao comentar as exportações no ano, Welber Barral disse que os números, no acumulado, foram impactados pelo desempenho em janeiro que, segundo ele, foi “muito ruim”.

Nas exportações brasileiras de manufaturados, cresceram as vendas de açúcar refinado (+26,5%) em relação aos sete primeiros meses de 2008. Entretanto, caíram os embarques de óleos combustíveis (-56,5%), veículos de carga (-52,8%), bombas e compressores (-42,2%), automóveis (-39,3%), autopeças (-39%), laminados planos (-38%), etanol (-36,2%), suco de laranja congelado (-36,1%), aparelhos celulares (-31,8%), calçados (-28,2%), aviões (-26,3%) e motores e geradores (-13,9%).

Entre os produtos semimanufaturados, foi observada retração nos embarques de semimanufaturados de ferro e aço (-61,7%), ferro fundido (-56,8%), couros e peles (-51,5%), celulose (-21,9%) e alumínio em bruto (-21,4%). Nessa mesma comparação, houve crescimento das exportações de açúcar em bruto (+64,3%).

Sobre as exportações de produtos básicos, diminuíram as vendas de petróleo em bruto (-41,4%), carne bovina (-28,3%), carne suína (-23,6%), carne de frango (-19,7%), milho em grãos (-20,2%), minério de ferro (-5,2%) e café em grão (-2,4%). Na contramão, cresceram as exportações de fumo em folhas (+26,6%), soja em grão (+15,6%) e farelo de soja (+6,7%).

De janeiro a julho de 2009, os principais destinos das exportações brasileiras foram China (US$ 12,4 bilhões), Estados Unidos (US$ 8,6 bilhões), Argentina (US$ 6 bilhões), Países Baixos (US$ 4,6 bilhões) e Alemanha (US$ 3,2 bilhões).

As importações no ano, até julho, somaram US$ 67,182 bilhões (média diária de US$ 463,3 milhões). Essa performance das compras brasileiras ficou 29,9% abaixo da verificada nos sete primeiros meses de 2008. Nessa comparação, observaram-se queda nas aquisições brasileiras de combustíveis e lubrificantes (-51,7%), matérias-primas e intermediários (-32,4%), bens de capital (-17%) e bens de consumo (-8,8%).

As importações brasileiras vieram, principalmente, dos Estados Unidos (US$ 11,5 bilhões), China (US$ 8,1 bilhões), Argentina (US$ 6 bilhões), Alemanha (US$ 5,2 bilhões) e Japão (US$ 3,1 bilhões).

O superávit comercial acumulado nos sete primeiros meses do ano chegou a US$ 16,913 bilhões e, pela média diária (US$ 116,6 milhões) e foi 16,4% maior que o verificado no mesmo período do ano passado (US$ 100,2 milhões). Na mesma comparação, a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) chegou a US$ 151,277 bilhões, valor 27,1% menor que o verificado de janeiro a julho de 2008 (US$ 207,560 bilhões).