A China suspendeu as importações de carne de frango dos Estados Unidos (EUA) nesta quarta-feira (01/07) devido ao embargo norte-americano à importação de seus produtos derivados de frango. Segundo a agência de notícias Dow Jones, um porta-voz do ministério do comércio chinês alegou que a proibição “discriminatória” dos EUA viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudica a indústria do país. A China chegou a fazer um pedido de negociação em abril deste ano. Porém, os dois países não chegaram em um acordo.
De acordo com a avaliação da corretora Fator, a suspensão das importações dos EUA abrirá caminho para que o Brasil ultrapasse os norte-americanos e se torne líder na exportação de carne de frango para a China. A restrição acontece justamente quando o mercado chinês começa a abrir as portas para as importações brasileiras de frango. Segundo relatório da corretora, em maio deste ano, 24 frigoríficos brasileiros foram habilitados para exportar carne aos chineses.
Em contrapartida, o Departamento de Agricultura dos EUA prevê queda nas exportações do país em 2009 em função da diminuição da produção, dos elevados custos dos grãos e da queda na importação de países-chave como Rússia e China.
Ainda segundo as projeções da USDA, a China, que é o maior mercado consumidor do mundo, deve ultrapassar os EUA em consumo de frango ainda neste ano. A estimativa é de que 13,8 milhões de toneladas de aves sejam consumidas no país, ante aos 13,7 milhões de toneladas de aves consumidas nos EUA.
Outro fator que garante a China como um forte mercado consumidor é sua dificuldade de incrementar a produção de frango devido ao baixo potencial agrícola.
Para a corretora Fator, a Brasil Foods, maior processadora de frango do mundo, decorrente da união entre Sadia e Perdigão, vai ajudar a incrementar a produção nacional para atender esse aumento de demanda externa.
A corretora manteve sua recomendação de compra para as ações da Perdigão, com preço-alvo de 54,50 reais para junho de 2010.