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Saúde

Peste suína no norte do Brasil

<p>Doença matou pelo menos 300 animais no Amapá e pode chegar ao Pará. Uma operação de contenção já foi montada.</p>

A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) confirmou que cerca de 300 suínos de várias propriedades do distrito de Curiaú (AP), a cerca de 20 km de Macapá, foram vítimas de peste suína clássica. A doença, causada por um vírus, continua matando animais da região e a preocupação do Diagro é que a epidemia chegue a outras cidades e também ao estado do Pará, cuja divisa fica a 600 quilômetros de Curiaú.

Uma operação de contenção do vírus já foi montada, com a pulverização de caminhões que atravessam a região e também a interdição de propriedades onde a doença foi constatada.

Segundo Ermógenes Moutinho, coordenador do Diagro e veterinário, a partir desta quarta-feira, animais doentes ou com suspeita da doença começam a ser sacrificados.

“Eles serão mortos e os corpos colocados em uma vala, onde serão queimados e enterrados. Mas isso não é suficiente. Aqui, os suínos são criados de foram extensiva, ou seja, soltos. A preocupação é que algum animal doente leve o vírus para áreas alagadas. Dali ele pode chegar a algum rio e se espalhar, chegando até o Pará”, afirma Moutinho.

Apesar de todas as medidas de prevenção, a doença já chegou à cidade de Abacate da Pedreira, a cerca de 25 quilômetros de Amapá. Para tentar conter o vírus, o Diagro solicitou ao Ministério da Agricultura, nesta terça-feira, a liberação da venda de 5 mil doses de vacina contra a doença.

“A venda desse medicamento é controlada e os agricultores e até mesmo o estado do Amapá estão interessados em comprar a vacina para tentar conter o foco da doença na região, blindando as regiões vizinhas”, explicou Moutinho, que espera uma resposta do Ministério até a próxima sexta-feira, dia 19 de junho.

As primeiras mortes por peste suína foram registradas a partir do dia 5 de maio último. Os suínos apresentam sintomas como febre alta (em torno de 41 graus), conjuntivite, tosse, corrimento pelas narinas, manchas vermelhas no abdome, orelha e patas, e desenvolveram pneumonia. Exames para confirmar o diagnóstico só ficaram prontos no último dia 10 de junho. As propriedades inicialmente ficam em um raio de 5 quilômetros da primeira onde foi observada a doença. Atualmente, o Diagro recolhe todos os dias vísceras de animais de várias propriedades que serão analisadas para confirmar ou não a doença.

Moutinho afirma que não se trata de gripe suína e que os sintomas são comuns também a doenças como erisipela suína e salmonelose. Segundo ele, a mortandade é grande porque os proprietários não conseguem separar os porcos sadios dos doentes.

“Ainda nem temos idéia de quantos animais terão de ser sacrificados. Aqui os suínos são criados no mato. Não há lugar para separar os sadios dos doentes. suínos que estão aparentemente sadios hoje podem manifestar a doença em até 10 dias”, diz Moutinho.