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<p>Rússia tem interesse em experimentar fazer comércio em moeda nacional com o Brasil.</p>

A Rússia também tem interesse em experimentar fazer comércio em moeda nacional com o Brasil, indicou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele admitiu, contudo, que esse mecanismo leva tempo e não é fácil.

Na reunião de hoje do Bric – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China – , em Ecaterimburgo (Rússia), autoridades dizem que os quatro países vão ficar nas generalidades sobre desdolarização e comércio em moedas nacionais. Mas acreditam que a sinalização da reunião será forte, para agilizar o comércio entre eles.

O mais importante, segundo fontes brasileiras, é a mensagem de os quatro mostrarem que estão juntos, antes da cúpula com os paises do G-8 em julho, na Itália. O Bric quer “mudar para valer” as instituições financeiras internacionais e garantir que as reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial sejam aceleradas, e para isso quer que sejam estabelecidos claros cronogramas e planos de trabalho.

A reforma no papel e mandato do FMI, para adaptá-lo à nova arquitetura financeira e monetária, precisa levar a realinhamento “significativo” das cotas do fundo até janeiro de 2011, dando mais influência aos emergentes. A reforma do Banco Mundial precisa ser concluída até abril do ano que vem, para também dar mais voz e representação aos emergentes. Para o países do Bric, a crise demonstrou que as instituições precisam reforçar sua capacidade de monitoramento. Em sua visita ontem a Genebra, o presidente Lula voltou a atacar a existência de paraísos fiscais, dizendo que quando forem eliminados “será um bem para a humanidade”.