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Grãos disparam em Chicago (EUA)

<p>Entretanto, as recentes baixas limitam lucro do produtor rural.</p>

Redação (25/11/2008) – A especulação em torno do plano de resgate que o governo dos Estados Unidos costura para salvar o Citigroup animou ontem os mercados americanos em geral e agrícolas em particular. O raciocínio dos traders que negociam produtos como milho, trigo e soja na bolsa de Chicago é que o socorro oficial ao banco servirá para reforçar a confiança dos consumidores do país, o que serviria para amenizar os efeitos da desaceleração econômica doméstica e externa sobre a demanda por commodities.

Dos três produtos agrícolas citados, os mais negociados em bolsa no mundo, o que mais subiu na segunda-feira em Chicago foi o trigo. Os contratos futuros com vencimento em março, que atualmente ocupam a segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez), fecharam a US$ 5,5675 por bushel, ganho de 38,75 centavos de dólar (7,48%). Com isso, esses contratos passaram a apresentar estabilidade em novembro, e a queda acumulada em 2008 diminuiu para 37,65%.

Já a segunda posição da soja (março) subiu 44,50 centavos de dólar (5,25%) e encerrou a sessão negociada a US$ 8,9175, ainda abaixo da barreira de US$ 9 mas também com saldos acumulados menos deficitários. No mês, a baixa diminuiu para 4,42%; em 2008, para 26,56%. Traders de Chicago lembraram que, com o pacote de socorro destinado ao Citigroup, a expectativa de um conjunto de medidas de estímulo de ajuda à economia esperado para janeiro ganhou fôlego.

No mercado de milho, os contratos de segunda posição (março) registraram ontem alta de 16,75 centavos de dólar (4,73%) e fecharam a US$ 3,71 por bushel. Em novembro, o preço do grão passou a acumular retração de 11,51%, enquanto a queda no ano passou a 20,51%. Analistas também realçaram que, apesar da crise financeira e seus reflexos, as perspectivas de longo prazo para a demanda global por alimentos – e, portanto, para as commodities agrícolas de Chicago – permanecem firmes.

Como apontam as variações negativas de preços acumuladas em 2008, a disparada de ontem não será suficiente para conter uma forte queda de renda e lucros dos agricultores americanos no ano que vem, como deverá apontar hoje previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Segundo Chris Hurt, economista da Purdue University, em Indiana, o lucro líquido conjunto dos produtores do país deverá recuar pelo menos US$ 50 bilhões em relação à estimativa para 2008. Em agosto, o USDA projetou para este ano lucro líquido conjunto recorde de US$ 95,7 bilhões, mas o número deverá ser revisto.