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Digestibilidade da ração

<p>Em entrevista, o gerente Técnico da DSM Produtos Nutricionais fala das principais características da nova enzima desenvolvida em parceria com a Novozymes e lançada mundialmente ontem (22/10) no Brasil.</p>

Redação (22/10/2008) – A enzima lançada pela Novozymes e DSM Produtos Nutricionais age, segundo divulgado pelas empresas, maximizando o poder de absorção dos ingredientes contidos na ração, melhorando a conversão nutricional dos alimentos e reduzindo o custo de produção. “O produto aumenta o valor nutricional de uma grande variedade de ingredientes que complementam a atividade das proteases endógenas produzidas pelo pâncreas, resultando em uma maior quantidade de peptídeos e aminoácidos livres”, explica o gerente Técnico da DSM Produtos Nutricionais, José Otávio Berti Sorbara.

Nesta entrevista, ele explica o modo de ação do Ronozyme ProAct, produto que traz esta nova enzima, as vantagens de seu uso na produção de frangos e outras de suas características.

 

Avicultura Industrial – Como o ProAct age no organismo da ave?

José Otávio Berti Sorbara – O ProAct é uma enzima que vai atuar no lúmen intestinal do frango quebrando as cadeias polipeptídicas ou as proteínas em cadeias peptídicas menores e liberando alguns aminoácidos.

 

AI – Qual é a vantagem em termos produtivos?

Sorbara – Você melhora a digestibilidade dos ingredientes da ração, como milho, farelo de soja, farinha de carnes. Então, todo ingrediente que possui proteína ele melhora a digestibilidade desta proteína.

 

AI – Na formulação isto proporciona a redução do uso de determinados microingredientes?

Sorbara – Quando se melhora a digestibilidade possibilita a você alterar a qualidade destes ingredientes, dando um valor suplementar a eles, ou se pode ter uma matriz nutricional da enzima, a qual você cria a matriz e reformula a ração. Quando você reformula a ração, automaticamente alguns ingredientes vão entrar em menor ou maior quantidade.

 

AI – Como o produto é adicionado à ração?

Sorbara – Nas fábricas de rações ele é misturado à ração na proporção de 200 gramas para cada uma tonelada.

 

AI – Em caso de processo de peletização o produto mantém suas características?

Sorbara – Sim. Como os outros produtos de nossa linha, o ProAct possui o revestimento CT [Coated Termostable], que melhora a capacidade da enzima sobreviver ao processo de peletização. Ele também está disponível na forma granulada, reduzindo assim a produção de pó e dando maior estabilidade ao produto em rações fareladas e processadas.

 

AI – A enzima sempre foi uma solução muito aplicada na Europa. Hoje ela já se tornou uma realidade na nutrição brasileira?

Sorbara – Com a questão dos altos custos das matérias-primas se aumentou muito a utilização de enzimas, em geral. Também conseqüência de um melhor desenvolvimento desta tecnologia para a realidade brasileira. Antes você só tinha enzimas desenvolvidas na Europa e específicas para a nutrição européia, que é à base de farelo de trigo, farelo de girassol e outros que não são utilizados por aqui. Agora, no Brasil se tem trazido algumas enzimas mais focadas em nossa realidade, que são o milho e o farelo de soja.

 

AI – Apesar de ir para as excretas ele não afeta o meio ambiente. É o processo de desnaturação que a empresa chama?

Sorbara – Na verdade ele é desnaturado e inativado. Porque fora do organismo da ave ele não encontra pH, umidade e temperatura ideais para permanecer ativado. Então, apesar de excretado, ele não vai causar nenhum tipo de problema ao meio ambiente.