Redação (20/10/2008)- A primeira semana de outubro terminou com preços predominantemente mais baixos para o mercado brasileiro de suíno. Diferente de setembro, quando se manteve valorizado, o mercado começou a perder força há duas semanas e sinaliza para leve queda nas cotações em função da desaceleração da demanda.
Em São Paulo, o mercado esteve mais fraco. A arroba foi cotada a R$ 69/70,00 CIF Frigorífico, nessa quinta-feira (16), para pagamento em 28 dias (o equivalente a R$ 3,73 quilo vivo), contra R$ 70,00 da semana anterior. No atacado paulista, a carcaça exportação manteve preço inalterado, em R$ 5,00 quilo, enquanto a carcaça comum seguiu cotada a R$ 4,90 quilo, ambas para pagamento em 21 dias.
"O mercado esteve muito calmo na semana. A perda de ritmo na demanda, tanto de mercado interno como nas exportações, refletindo a crise financeira global, já resulta em leve tendência de queda das cotações", avalia Rafael Blaca, analista de Safras & Mercado. Destaca que na região Sul, os preços apresentaram maior desvalorização, passando de uma média de R$ 3,20/3,30 quilo vivo para R$ 3,00/3,10 na semana.
No Rio Grande do Sul, preço praticado nessa quinta-feira (16), na integração, ficou em R$ 2,50 quilo vivo, contra R$ 2,65 da semana anterior. No interior do estado, o preço recebido pelos produtores independentes recuou de R$ 3,20 para R$ 3,10 quilo vivo.
Em Santa Catarina, o preço ficou em R$ 2,50 quilo vivo contra R$ 2,65 da semana anterior, enquanto o produtor independente recebeu R$ 3,15 ante R$ 3,25 da última quinta-feira (09).
No Paraná, o quilo do suíno na região oeste ficou em R$ 3,15 ante R$ 3,30 da semana anterior. Em Arapoti, o quilo recuou de R$ 3,30 para R$ 3,28, enquanto no mercado livre o preço caiu de 2,65 para R$ 2,55.
Em Mato Grosso, o suíno foi cotado a R$ 3,10 quilo vivo para pagamento em 30 dias, contra R$ 3,20 da semana anterior.
O destaque de mercado na semana ficou por conta da chegada da missão chinesa ao Brasil, na quarta-feira (15), para uma visita de 10 dias. A missão técnica composta por sete veterinários da China está dividida em dois grupos e visitará o Rio Grande do Sul, Santa Carina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Nestes estados, a fiscalização recairá sobre propriedades, plantas industriais, laboratórios (Lanagro, de Minas Gerais e Cedisa, em Santa Catarina), além do escritório do Pan Aftosa, no Rio de Janeiro. A reunião final está prevista para o dia 23, na capital carioca.
Após o término da missão, as autoridades chinesas emitirão parecer oficial sobre as visitas, indicando ao governo brasileiro a ampliação do comércio bilateral. O Brasil tem boas relações comerciais com a China, mas ainda não exporta carne suína.
No ano passado, ambos países iniciaram discussões nesse sentido e foi estabelecido um protocolo de intenções. O rebanho suídeo do Brasil está estimado em 26,5 milhões de animais pelo Ministério da Agricultura, sendo que a maioria (28,7%) está em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (18,2%).