Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Plantio da safra 2008/2009 está praticamente garantido

<p>Segundo Ministro Stephanes, investimentos para o plantio já foram aplicados.</p>

Redação (15/10/2008)- A crise financeira, praticamente, não vai comprometer o plantio da safra de grãos 2008/2009, que segue até dezembro. A avaliação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Para ele, um dos atenuantes foi o fato de que grande parte dos estoques de adubos e sementes necessários para o novo ciclo agrícola já foi adquirida.

Stephanes ressalta que, apesar da crise financeira mundial ter coincidido com o período de plantio, diferentemente das demais atividades, a agricultura não pode parar de produzir. “O setor agrícola não pode, por exemplo, conceder férias coletivas ou reduzir linha de produção, como uma montadora de automóveis”, explica.

O ministro se ampara na história para analisar os riscos futuros para o setor. “Já se sabe, por situações anteriores, que, em casos de crises e até recessão, o último item afetado é  a produção de alimentos. As pessoas continuam comendo e, no caso das exportações brasileiras do agronegócio, as perspectivas para 2008 são as mesmas”, completa.

Crédito – Para atenuar os efeitos da crise, porém, o ministro aposta na maior garantia do crédito para o produtor, principalmente, aqueles que renegociaram dívidas rurais e são considerados com alto grau de risco nas operações financeiras. “A escassez dos recursos faz com que os bancos fiquem muito mais seletivos na concessão de crédito, afetando, principalmente, os pequenos e médios agricultores”, explica Stephanes. Como solução, o Ministério da Agricultura aguarda a aprovação da reclassificação do grau de risco, prevista para acontecer em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), ainda esta semana.

O ministro aponta, ainda, como um fator de restrição ao crédito, a falta de liquidez das tradings, instituições que, tradicionalmente, financiam antecipadamente a safra agrícola. Uma das soluções estudadas pelo governo é a liberação de recursos dos depósitos compulsórios dos bancos para aplicação na agricultura.

Comercialização – O ministro diz, ainda, que para apoiar a comercialização da safra, o governo federal tem instrumentos eficientes de política agrícola, como a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) que engloba o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), a Aquisição do Governo Federal (AGF), entre outros.

“Vamos continuar acompanhando muito de perto o cenário econômico mundial nos próximos cinco, seis meses quando inicia a comercialização desta safra. Até lá, é provável que o mercado mundial já esteja estabilizado. Certamente, o governo vai trabalhar para garantir a remuneração mínima do produtor”, reitera Stephanes.    

Câmbio – Sobre a desvalorização do real frente ao dólar, ocorrida nos últimos dias, o ministro da Agricultura acredita que a taxa de câmbio não se manterá neste patamar nos próximos seis meses. “O câmbio atual não influenciará a produção agrícola, pois os fertilizantes usados nesta safra foram comprados no valor do câmbio anterior, mesmo considerando o grande aumento nos preços destes produtos”, afirma.

Investimentos garantidos-  Durante a posse do novo presidente da União Brasileira de Agricultura, Ariel Mendes, nesta terça-feira (14), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes,  reafirmou que a crise financeira mundial não vai comprometer a safra de grãos 2008/2009, pois os investimentos para o plantio já foram aplicados.  “O governo está atento. Agora, é preciso aguardar o final do ciclo, que será a época de comercialização”, disse Stephanes, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na solenidade.

Ao assumir o cargo de presidente da UBA, Ariel Mendes afirmou que deseja fortalecer o setor tornando mais ágil e estreita a relação com o governo e com o Congresso. Ariel reconheceu os esforços do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para evitar a entrada do vírus H5N1, causador da gripe aviária, no Brasil.

Mendes acredita que o grande desafio, é continuar com o crescimento sustentado, na faixa dos 6% ao 8% ao ano e reivindicou a redução de impostos para o setor . Ele considera que cabe ao governo federal suprir a deficiência de crédito internacional por meio de bancos oficiais “a fim de que as empresas possam continuar produzindo com eficiência e mantendo a competitividade do Brasil no mercado externo”.

Ainda em relação à área econômica, o presidente da UBA pediu que sejam priorizados pelo governo federal investimentos na área sanitária, para que o Mapa “possa desempenhar a missão de manter e garantir a sanidade dos plantéis nacionais”.

Ariel Mendes é ex-diretor técnico científico da UBA e assume a presidência da entidade no lugar de Zoé Silveira, que esteve no cargo de 1996 até 2008.