Redação (24/09/2008)- O cenário em Mato Grosso aponta incertezas de como se dará o plantio do milho no Estado, maior produtor no país da segunda safra do grão. A cultura, que vinha sendo considerada uma alternativa para reduzir o impacto negativo na renda obtida com a produção de soja, também apresenta um descompasso entre o custo para a compra de insumos e a cotação no mercado.
Os preços dos insumos apresentam aumento de 29% para a safra 2008/2009, que tem início a partir da segunda quinzena de janeiro de 2008, em relação à 2007/2008. Para produzir a próxima safra de milho, o custo por hectare para a compra de fertilizantes, sementes e químico já chegou a R$ 944 em agosto deste ano ante os R$ 729,75 verificados no mesmo mês de 2007.
Os valores são referentes ao custo com insumos básicos em Sorriso. O município, localizado na região médio-norte, é o maior produtor de milho do estado, com uma produção de 978 mil toneladas na safra 2007/2008. Mas a alta atinge todas regiões produtoras de milho no Estado.
Esses números fazem parte de um levantamento prévio realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) em função da preocupação dos produtores sobre a alta que já vem sendo verificada nos preços dos insumos. O estudo sobre o gasto global para a safra 2008/2009 do grão será divulgado no mês de dezembro.
Em dólar o custo de produção para a safra 2008/2009 teve um aumento de 50% e a alta só não foi maior por conta do câmbio. "O milho estava sendo visto como a salvação da pátria, que poderia chegar a uma rentabilidade de R$ 100 por hectare, e agora está dando prejuízo", pontua o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Glauber Silveira.