Segundo ele, embora a retração deva ter reflexos nos resultados do PIB gaúcho, seus efeitos não serão de grande importância para os produtores. "Nós contabilizamos aqui apenas a produção física de arroz, feijão, milho, soja e trigo. Se levarmos em conta o quadro geral, podemos perceber que estamos vivendo uma seqüência histórica de melhoria de rendimento, rentabilidade e área colhida", afirma. O pesquisador ainda destaca que, devido à elevação dos preços internacionais das commodities agrícolas, os agricultores deverão manter a renda em nível semelhante ao ano passado. Em 2008, é estimada uma elevação do valor de produção do arroz, de 54,2%; do milho, de 27,9%; da soja, de 27%; e do trigo, de 32,1%. Isto deverá gerar uma taxa média de 34,8% de crescimento nos preços. Considerando-se que, em 2007, esse número foi ainda maior, 42% em média, isso reflete uma continuada recuperação da renda bruta do agricultor. "Nossos dados foram coletados até julho, ou seja, não incluem as mudanças nos preços dos produtos agrícolas que estão ocorrendo agora. Mas a avaliação é de que o campo está bem, os produtores estão se capitalizando e esta rentabilização se reflete na economia gaúcha", explica Fischer.
Redação (15/09/2008)- As perspectivas da lavoura gaúcha em 2008 são o destaque da edição de setembro da Carta de Conjuntura da Fundação de Economia e Estatística (FEE), apresentada na manhã de ontem. Segundo as estimativas da fundação, com base nos dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, a safra deste ano no Rio Grande do Sul será a segunda maior da história. "Os gaúchos deverão colher 22,4 milhões de toneladas de grãos. Isso representa uma queda de 6,5% em relação ao ano passado. Mesmo assim, tendo em vista que a safra de 2007, com mais de 24 milhões de toneladas colhidas, foi um recorde, ainda será um resultado impressionante", diz Sérgio Fischer, pesquisador da FEE.
Em relação à produção de grãos, a pesquisa destaca a evolução do arroz, que deverá apresentar um crescimento de 16,3%. Em 2007, o cereal foi a única cultura com desempenho negativo, com uma queda de 6,5%. Outra cultura que terá incremento será o trigo, com uma elevação de 7,1% na sua safra, que já havia apresentado um incremento, em 2007, de 109%. Todas as demais culturas tiveram quedas expressivas em sua produção: -27,9% para o feijão, -10,8% no milho e -21,7% na soja. Em comparação à safra de 2006, todas as culturas apresentaram crescimento, à exceção do feijão, com uma taxa acumulada das culturas de grãos, nesse período de dois anos, superior a 13%.
