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BRDE apresenta ganhos em projetos de irrigação e armazenagem

<p>Apresentação do Banco foi promovida ontem (3) na Expointer.</p>

Redação (04/09/2008)- Em Maçarambá, na fronteira oeste do estado, projetos de irrigação, armazenagem e diversificação de culturas levaram a Agropecuária Sobradinho a multiplicar a produção e aumentar o faturamento de menos de R$ 2 milhões, em 2002, para quase R$ 12 milhões neste ano. Os resultados foram apresentados pela proprietária Gisele Wenning, em palestra promovida hoje pelo Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, na Expointer.

Fundada em 1990, a Sobradinho está localizada a 600 km de Porto Alegre. “A armazenagem era um problema. Tínhamos que pagar frete para chegar até as empresas compradoras”, contou. Com financiamento do BRDE, a Sobradinho construiu quatro silos de armazenagem, com capacidade para estocar 27 mil toneladas de cereais. A propriedade também investiu na correção e reparação de solo, na pecuária e na ovinocultura, e começou a plantar cana, aveia e florestas, diversificando a matriz de receita.

Em 2007, após enfrentar perdas com a seca nos anos anteriores, a Sobradinho decidiu investir na irrigação. A propriedade, de 12 mil hectares, não tem rios ou sangas, e dependia da chuva para produzir. Foi preciso construir barragens e implantar pivôs de irrigação, também financiados pelo BRDE, resultando numa área irrigada de 651 hectares. “A produção nas áreas irrigadas é muito superior”, garantiu a proprietária, que decidiu então investir em um grande projeto de irrigação, com conclusão prevista para 2018.

“É o maior projeto de irrigação do Estado. Serão 3 mil hectares irrigados, o que triplicará a produção”, adiantou Gisele. O número de pessoas empregadas também deverá subir. “Nossa região está se tornando uma das mais produtivas do Rio Grande do Sul”, destacou.

Com R$ 10,98 milhões aplicados em dois anos, a região de Santiago, começa a sentir os resultados do crescimento. “O investimento está gerando riqueza para a cidade, e a produtividade vai aumentar. Já podemos sentir os reflexos no comércio”, afirmou a engenheira agrícola Ana Carla Gomes, em apresentação sobre o desenvolvimento da região de Santiago a partir dos financiamentos concedidos pelo BRDE. “Pessoas que não tinham como crescer sozinhas estão conseguindo investir”, garantiu a engenheira.

Arroz

Dono de 60% da produção brasileira de arroz, o Rio Grande do Sul tem potencial para ser um grande exportador, aposta o analista de mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Camilo de Oliveira, em palestra sobre armazenagem e perspectivas para o mercado de arroz. Segundo o analista, a produtividade no estado pode aumentar bastante com o investimento de técnicas de manejo. ”O arroz responde muito bem à tecnologia”, afirmou.

Para Oliveira, a exportação é a saída para manter o preço pago pelo arroz, que teve valorização de 124% entre junho de 2007 e junho de 2008, influenciado pelo aumento da demanda por alimentos. Segundo ele, em 2005, 91,9% das exportações brasileiras eram de arroz quebrado, vendido a países pobres da África, como o Senegal. Hoje, a maioria exportada (64,2%) é de arroz de alta qualidade, e o arroz quebrado representa somente 31,6%.

Outra arma para conseguir melhores preços é a armazenagem – entre as vantagens de poder estocar o produto, o analista destaca a maior autonomia de compra e venda, o custo menor de frete pós-safra, a possibilidade de negociar a produção com os compradores e o acesso a mecanismos de comercialização do governo. De março a julho deste ano, o Brasil exportou 275,8 mil toneladas do cereal, gerando faturamento de US$ 102,3 milhões. As informações são de assessoria de imprensa.