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Cobertura do seguro rural vinculado a crédito alcança R$ 3 bilhões no BB

<p>O valor das culturas agrícolas, sobretudo da agricultura empresarial, cobertas pelo seguro, na safra anterior, foi de R$ 2 bilhões e foram arrecadados R$ 60 milhões em prêmios.</p>

Redação (21/08/2008)- O Banco do Brasil prevê ampliar a atuação do seguro agrícola na nova safra (2008/09), através da parceria com a Aliança Seguros, subsidiária do banco. A estimativa é de que as contratações do seguro rural, pela agricultura empresarial, alcancem uma cifra inédita de R$ 3 bilhões, com a expectativa de arrecadar prêmios de R$ 100 milhões, o que representa, na prática, o valor dos produtos cobertos pelo seguro.

O contrato com a Aliança Seguros foi firmado na safra anterior para incentivar a contratação de seguro rural conjugado com o crédito de custeio. O valor das culturas agrícolas, sobretudo da agricultura empresarial, cobertas pelo seguro, na safra anterior, foi de R$ 2 bilhões e foram arrecadados R$ 60 milhões em prêmios, o que representa as apólices vendidas.

Metade do valor do prêmio quem paga é o governo. Se considerar o seguro oficial, o Proagro, destinado sobretudo à agricultura familiar, no qual o governo se responsabiliza pelas indenizações em eventuais sinistros, o valor total protegido foi de R$ 6,3 bilhões, dos quais R$ 4,3 bilhões foi pago pelo Proagro. Os produtos mais segurados são soja e milho.

Segundo o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, para este ano, as contratações do seguro devem ser alavancadas pelo milho da safrinha. Apenas na safra anterior, as contratações de seguro conjugadas ao crédito de custeio representaram por mais da metade (51.2%) das operações de crédito de custeio concedidas pelo BB – de R$ 12,4 bilhões.

A intenção é a de ampliar a participação das contratações de seguro nas operações de crédito de custeio na nova safra. A idéia é de a participação do seguro rural representar entre 55% e 60% do total dos empréstimos de custeio, cujas operações começaram a partir de julho, segundo Vaz.

Na opinião do executivo, o avanço das contratações do seguro rural é resultado da política de subsídio do governo federal. Pelas regras atuais, o governo arca com até 55% do valor da apólice de seguro, dependendo da cultura agrícola. O produtor rural paga o restante do valor do prêmio.

Até então, o seguro agrícola no Brasil não vingava porque o custo do prêmio era considerado elevado, resultado do histórico negativo da receita das seguradoras que no passado amargaram prejuízos.
Nos últimos três anos o governo implantou medidas para aperfeiçoar o sistema. Além da subvenção ao prêmio, foi estabelecido o fim do monopólio do Instituto de Resseguro do Brasil (IRB) para abrir o mercado de resseguradoras, que arcam com cerca de 90% do risco dos sinistros. E desde a safra passada, o Banco do Brasil busca incentivar o produtor a contratar o seguro rural de forma conjugada com o crédito de custeio, em parceria com a Aliança Seguros.

Apesar de o clima brasileiro não ter apresentado fortes prejuízos no campo no ano passado, a Aliança Seguro registrou sinistros na safra passada, no valor de cerca de R$ 3 milhões. Foram pelo menos 300 ocorrências, que considera, entretanto, o resultado normal. "Se comparar com o valor segurado de cerca de R$ 2 bilhões o valor do sinistro foi pouco expressivo", reforçou o executivo.