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Quatro setores do agronegócio alavancam exportações, divulga Mapa

<p>São eles: carnes (23,2% do aumento absoluto das exportações), sucroalcooleiro (22,7%), complexo soja (17,7%) e produtos florestais (12%).</p>

Redação (15/08/2008)- O crescimento das exportações do agronegócio nos últimos anos está concentrado nos quatro principais produtos da balança comercial do setor. Segundo um estudo divulgado nessa quinta-feira pelo Ministério da Agricultura (Mapa), entre 2000 e 2006 os setores que mais contribuíram para o crescimento das exportações do agronegócio foram carnes (23,2% do aumento absoluto das exportações), sucroalcooleiro (22,7%), complexo soja (17,7%) e produtos florestais (12%).

O estudo mostra que os quatro setores juntos foram responsáveis por 75% do incremento absoluto das exportações do agronegócio no período analisado. Os setores que também apresentaram contribuição significativa foram café (5,5%), couros (4,6%), fumo (3,2%), cereais (2,3%), fibras e produtos têxteis (1,9%), sucos de frutas (1,7%) e frutas (1,2%).

O estudo destaca o aumento significativo da participação dos países em desenvolvimento nas exportações brasileiras de produtos do agronegócio. O crescimento anual médio das exportações do agronegócio para este grupo de países foi de 23,1%, enquanto para grupo de países desenvolvidos essa taxa foi de 10,8%. "Com efeito, a participação dos países em desenvolvimento aumentou de 33,9% em 2000 para 49,1% em 2006, um aumento de 15,2 pontos percentuais, a participação das exportações aos países desenvolvidos caiu de 66,1% em 2000 para 50,9% em 2006."

O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, do Ministério da Agricultura, avaliou que apesar do bom desempenho do agronegócio nos últimos anos é preciso corrigir os problemas que prejudicam o setor. Entre essas dificuldades, ele citou a falta de infra-estrutura e a dependência externa por fertilizantes.

Em relação à infra-estrutura, Porto contou que não há prejuízos efetivos para a exportação, pois o mercado mundial é comprador. "O prejuízo acaba saindo do bolso do produtor, mas como a demanda por alimentos está aquecida é preciso aceitar o preço de venda dos produtos", afirmou. "No caso da soja, a maior parte da produção está no Mato Grosso, onde a infra-estrutura é mais ineficiente", completou.

Insumos

Ele também falou sobre o abastecimento do mercado interno por fertilizantes. Porto contou que cooperativas de produtores estão se organizando para importar fertilizantes, comércio que até agora é feito por um número pequeno de empresas. A idéia do governo era organizar grupos de cooperativas para estimular a participação delas no mercado externo como exportadoras, mas o agravamento do quadro de oferta de insumos agrícolas no mercado interno levou a uma reavaliação da tática de atuação. A idéia é importar potássio, fosfatados e nitrogenados do Norte da África.

Além disso, Porto lembrou que é preciso conquistar outros mercados. Um levantamento feito com base em dados de 2006, quando o comércio mundial foi de US$ 610 bilhões, mostra que a participação do Brasil no mercado agrícola mundial foi de apenas 7%. "É preciso colocar o tema agrícola na agenda", disse Porto referindo-se à visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará à Índia nos próximos meses. O país não aparece na lista dos 30 principais compradores de produtos agrícolas do Brasil, apesar de ser um dos mais populosos do mundo. Esse quadro, lembrou o secretário, pode começar a mudar com a aprovação de um acordo sanitário assinado entre os dois países que prevê a venda de frango.

Ainda sobre o comércio internacional do agronegócio, outro destaque é o setor de lácteos, vendas que renderam US$ 290,997 milhões no acumulado do ano até julho, crescimento de 169,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. "O setor de lácteos deve ter nos próximos anos um salto como o verificado nas carnes", afirmou Porto.

Diversificação

O secretário também lembrou que uma diversificação da pauta de exportações, o que é bom para o País. As vendas de produtos florestais (celulose, papel e madeira), por exemplo, devem render US$ 10 bilhões. Ele contou ainda que alguns empresários procuraram o governo para avaliar a possibilidade de exportação ração animal. "Se somos exportadores de milho, farelo de soja, por que não exportar ração?", disse. De acordo com o secretário, os potenciais compradores da ração brasileira são os 27 países da União Européia e da Ásia.

Porto lembrou que os russos têm interesse em abrir em parceria com empresários brasileiros para instalação de empresas processadoras de carne na Rússia, principal comprador de carne do Brasil. De acordo com o balanço do ministério, 90% das exportações brasileiras para a Rússia são do agronegócio.