Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Entrada da safra de inverno força a queda de preços

<p>O menor peso dos alimentos sobre a inflação deve se manter até outubro, quando o plantio da safra de verão dos grãos estará definido.</p>

Redação (11/08/2008)- A retração nos preços dos alimentos, constatada no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do mês de julho, divulgado ontem pelo IBGE, se deve ao início da entrada no mercado dos produtos da safra de inverno, principalmente feijão e trigo, além da forte queda das cotações das commodities agrícolas no mercado internacional. Esta é opinião do pesquisador José Sidnei Gonçalves, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Segundo o pesquisador, o menor peso dos alimentos sobre a inflação deve se manter até outubro, quando o plantio da safra de verão dos grãos estará definido. "Se o cenário for muito favorável ao cultivo de milho e soja, haverá uma pressão sobre a área de alimentos básicos na região Centro-Sul, principalmente feijão. Outro fator é que a rentabilidade da soja e do milho atrai os grandes produtores, que obtêm maior produtividade".

No IPCA divulgado ontem, o grupo alimentação e bebidas, que vinha apresentando resultados crescentes nos últimos meses, ficou bem menor. Passou de 2,11% em junho para 1,05% em julho. A maioria dos produtos alimentícios que compõe o IPCA mostrou menor crescimento de preços de um mês para o outro. As carnes passaram de 6,91% em junho para 4,35% em julho, mas "mesmo com redução na taxa, mais uma vez ficaram com a maior contribuição individual do mês: 0,09 ponto percentual", diz a nota do IBGE.

EX-VILÃO – O mercado prefere firmar suas apostas. Fábio Silveira, da RC Consultores, acredita que os alimentos já estão deixando de ser os vilões da inflação. Ele disse que a queda forte dos preços das commodities nos últimos 30 dias, depois de uma escalada ao redor de 50% de dezembro de 2007 a julho deste ano, é a principal responsável pelo recuo dos preços. "Caminhamos para a desaceleração das taxas mensais de inflação e o ponto de partida está no mercado internacional", afirmou.