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Produtores de soja vão pedir mudanças no leilão de Pepro

<p>Objetivo é atender aos produtores que já comercializaram a safra de soja no mercado futuro a preços inferiores aos atuais.</p>

Redação (13/11/2007)- Produtores de soja pedirão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mudanças nos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).

O pedido, que será encaminhado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e pela Associação de Produtores de Soja (Aprosoja-MT), tem como objetivo atender aos produtores que já comercializaram a safra de soja no mercado futuro a preços inferiores aos atuais. A proposta está sendo elaborada pela Central de Comercialização de Grãos (CentroGrãos) da Famato.

"Os preços que estão sendo praticados no mercado hoje são ótimos e quem ainda não vendeu a soja não vai precisar participar do leilão. Mas para quem já vendeu, o leilão é fundamental, porque o produtor não deve cobrir os custos de produção com o valor obtido pelo produto na venda antecipada", afirmou o coordenador do CentroGrãos, João Birkhan.

Na semana passada, o presidente da Famato, Rui Prado, pediu a retomada dos leilões e alterações no mecanismo desta ferramenta de apoio à comercialização da soja. O Pepro, segundo Rui Prado, é importante para o produtor reduzir as perdas com a desvalorização cambial. No entanto, como o leilão está formatado, o prêmio para o produtor de soja é zero. O último leilão do Pepro foi realizado em 25 de maio deste ano e, de acordo com a Famato, cerca de 3 mil produtores participaram do pregão.

Em nota, a Famato explica que a safra de soja é tradicionalmente comercializada com grande antecedência, bem antes do plantio. Diante da ausência de recursos do crédito rural, o produtor é obrigado a adquirir seus insumos das grandes tradings e é neste momento que ele compromete um volume significativo da futura colheita a preços, em dólares, vigentes no momento da efetivação do negócio.

De acordo com Birkhan, este ano não foi diferente e a venda com preço fixo foi até maior que nos anos anteriores, pois na época em que se iniciou este processo, o mercado já se encontrava em níveis muito superiores.

Levantamento feito pela AGRural constatou que 62% da futura safra já foi comercializada em Mato Grosso, sendo que o preço médio destas vendas para os produtores da região norte do Estado é de US$ 12 por saca de 60 quilos. Portanto, considerando que o dólar continue sendo desvalorizado frente ao real e a cotação chegue a R$ 1,65, quem vendeu no mercado futuro receberá pela saca de soja R$ 19,80. Na sexta-feira, a saca de soja estava cotada a US$ 16, o equivalente a R$ 28. O custo de produção em média no Estado está em torno de R$ 24 e R$ 25, segundo cálculos da AGRural.