Redação SI (11/10/2007) – Uma vacina comercial para circovirose tem sido ansiosamente aguardada há vários anos. Depois de muito tempo, no ano passado elas foram lançadas por quatro laboratórios no mundo. Estão praticamente há um ano no mercado. Elas utilizam tecnologias e fases diferentes de aplicação. Enquanto uma foi desenvolvida para uso em porcas e leitoas, outras seriam aplicadas em leitões ou suínos de diferentes idades em dose única ou dupla.
Para debater os primeiros resultados e a eficácia do uso delas na produção suinícola, pesquisadores ligados aos quatro laboratórios estarão apresentando estudos sobre estas vacinas em um painel específico sobre Vacinas e estratégias para controle da circovirose, dentro do Simpósio Pré-congresso da Abraves, que ocorre no dia 16 de outubro.
Para Janice Zanella, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, também integrante da Comissão Científica do Congresso, este debate será importante pela troca de experiência em torno de uma doença difícil de controlar, cujo vírus é resistente e tem tido um forte impacto na suinocultura em todo o mundo. “O objetivo foi colocar estes especialistas juntos para que possam nos trazer melhores informações sobre os resultados e os desafios enfrentados nos países que já se utilizam destas vacinas”, afirma a pesquisadora. No Brasil, apenas a vacina para porcas e leitoas já está disponível no mercado, lançada neste segundo semestre.
A circovirose age reduzindo a imunidade do suíno, abrindo brechas para doenças secundárias. Estas outras enfermidades se tornaram mais difíceis de controlar depois que a circovirose se instalou na suinocultura brasileira. “O uso de antimicrobianos ou bons programas de vacinação acabam não tendo o mesmo resultado em função da circovirose”, afirma Jalusa Deon Kich, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves e coordenadora da Comissão Científica do Congresso.
Referência – Para Janice, as discussões do painel serão importantes também para balizar o profissional veterinário na hora da avaliar a eficácia e estratégia de ação no controle da enfermidade. Segundo a pesquisadora, para cada desafio um protocolo de trabalho terá de ser aplicado. “Um desafio é diferente do outro porque temos de verificar quais doenças secundárias estão dando maior impacto, se é micoplasma, doenças respiratórias ou entéricas, e qual fase de produção iremos agir para conseguir o melhor resultado”.