Redação (31/10/2007)- A assembléia geral da Cooperativa Central Oeste Catarinense – Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) – reunida hoje, em Chapecó, aprovou a construção de duas novas unidades industriais de abate e processamento de aves, mediante investimentos da ordem de R$ 800 milhões de reais. Uma unidade será instalada em Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina e, a outra, em Carazinho, na região sul-rio-grandense do Alto Jacuí.
O anúncio foi feito pelo presidente da Coopercentral, Mário Lanznaster, e pelos diretores Luiz Hilton Temp (vice-presidente), Neivor Canton (administrativo e financeiro) e Marcos Zordan (agropecuária). A assessoria de imprensa da Aurora informou que o presidente concederá entrevista coletiva à imprensa às 9 horas da manhã desta quarta-feira, na sede da empresa, em Chapecó, para detalhar os empreendimentos.
Cada uma das novas indústrias frigoríficas de aves exigirá cerca de R$ 400 milhões de reais em investimentos diretos, na forma de recursos próprios e financiados pelo BNDES. Cada complexo avícola incluirá a indústria, os incubatórios, as granjas-matrizes e a fábrica de rações. Após iniciada, a execução de cada obra exigirá 18 meses de trabalho para a conclusão.
Lanznaster antecipou que a indústria de Canoinhas (SC) terá prioridade e determinou a imediata finalização dos projetos e encaminhamentos das licenças e autorizações para que as obras iniciem ainda este ano. A planta de Carazinho (RS) será iniciada em 2009, mas em dezembro de 2008 o terreno já será terraplenado.
Cada uma das futuras indústrias ocupará uma área de 100 hectares, abaterá 300.000 aves por dia e gerará 3.200 empregos diretos. A Coopercentral Aurora não revelou a projeção de faturamento, mas antecipou que cada unidade gerará movimento econômico da ordem de R$ 1 bilhão de reais por ano. Convênios propostos pela Aurora – com anuência das Secretarias da Fazenda de SC e RS – permitirão que esse movimento seja apurado e distribuído entre os municípios das futuras bases produtivas, de modo a impactar positivamente os índices de retorno de ICMS de toda a microrregião e não apenas do município-sede da indústria.
A Aurora fixou prazo de 30 dias para a assinatura de contrato com o Município e o Estado, formalizando a concessão dos benefícios e incentivos por parte do Poder Público para a instalação da indústria de Canoinhas. “A assinatura desse acordo é essencial para deflagrar o investimento”, explicou o diretor administrativo Neivor Canton.
O presidente Mário Lanznaster assinalou que o processo decisório interno envolveu as análises de um comitê técnico, do conselho de administração e da assembléia geral que estudaram exaustivamente as ofertas das quatro regiões pré-selecionadas: Mato Grosso do Sul, Paraná, Planalto Norte catarinense e Rio Grande do Sul.
Entre as variáveis avaliadas estavam a existência de base produtiva de grãos e de aves, a oferta de água, a proximidade com portos e centros de consumo, a disponibilidade de mão-de-obra e os incentivos fiscais (isenções e imunidades) e incentivos materiais (terreno, terraplenagem, acesso, asfaltamento, rede de energia etc.) do Poder Público.
ESTRUTURA
A Cooperativa Central obteve R$ 1 bilhão 904,4 milhões de reais de receita operacional bruta em 2006. As vendas no mercado interno totalizaram R$ 1 bilhão 571,9 milhões, representaram 82,54% das receitas totais. As receitas da Coopercentral Aurora obtidas com exportações contribuíram com 17,46% do faturamento em 2006, ficando em R$ 332,5 milhões.
A Cooperativa Central Oeste Catarinense consolida-se como uma das maiores expressões do cooperativismo brasileiro e ocupa vitoriosa posição entre os maiores grupos agroindustriais do país. Com sede em Chapecó, a Aurora reúne 17 cooperativas singulares que, no conjunto, representam cerca de 77,5 mil produtores rurais. Oferece um mix superior a 700 produtos, entre carnes de aves e suínos, lácteos e pizzas, a Coopercentral Aurora registra crescente participação no mercado nacional.
O complexo agroindustrial Coopercentral Aurora é constituído por três unidades industriais de aves (duas próprias, uma arrendada), oito unidades industriais de suínos (seis próprias, duas arrendadas), uma indústria de lácteos em fase de montagem, quatro fábricas de rações (duas próprias, duas arrendadas), três incubatórios (um próprio, dois arrendados), três unidades armazenadoras de grãos, três granjas matrizes de aves (duas próprias, uma arrendada), três granjas de melhoramento genético de suínos, 32 distribuidores, 45.000 clientes e mais de 11.000 colaboradores.