Redação SI (02/10/07) – Os principais resultados esperados com a implantação destes sistemas de tratamento de dejetos, são os ambientais, visando principalmente reduzir o potencial de poluição dos dejetos oriundos da atividade suinícola, já que a legislação ambiental tem pressionado este setor produtivo.
Entre estas alternativas podemos destacar as câmaras de compostagem e os biodigestores. As câmaras de compostagem consistem de um processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada, maravalha e/ou cama de aviário e dejetos de suínos, em materiais orgânicos possíveis de ser utilizados na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos. Como vantagem principal deste sistema, podemos destacar a transformação do dejeto líquido em adubo sólido minimizando o risco ambiental e viabilizando o transporte deste adubo para áreas carentes de matéria orgânica podendo ser comercializado.
Os biodigestores “seqüestram” o metano, gás de efeito estufa, que no sistema convencional de esterqueiras também é produzido, e esse gás pode ser utilizado como fonte de calor substituindo o GLP e a lenha no aquecimento do interior dos aviários e maternidades de granjas de suínos ou até mesmo gerar energia elétrica e o efluente será um biofertilizante com potencial poluidor reduzido se comparado com o dejeto antes de passar pelo biodigestor.
Outras vantagens destes sistemas de tratamento de dejetos de suínos são as reduções do nível de odor desagradável e da presença de moscas nas propriedades além de que, dependendo das metodologias e da escala, poderão gerar crédito de carbono sendo, portanto, mais uma fonte de renda para o nosso suinocultor.
Muitos estudos ainda deverão ser realizados para implantação destes sistemas de tratamento de dejetos, buscando principalmente, a redução dos custos de implantação destes sistemas. Mas quem diria que o maior vilão da cadeia produtiva da suinocultura, o dejeto produzido pela atividade, está se tornando fonte de renda para o suinocultor.
A crise na suinocultura que mostra sinais de recuo atinge até o moral de nosso suinocultor. Isso mesmo o moral. Pois sem recursos para manter a atividade em movimento ainda cabe a ele o rótulo de poluidor. É papel da ACCS apoiar a busca de novas tecnologias que ajudem na redução do custo de produção e no resgate da dignidade dos melhores suinocultores deste país, o Catarinense.