Redação (30/08/07) – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, atacou a paralisação da categoria.
"Temos de dizer com toda a clareza que negociamos e queremos valorizar as carreiras, mas não pode ser chantageando o país. Isso afeta exportações, empregos e gera tumulto enorme. Já avisamos aos deputados da bancada ruralista que o governo não vai além disso", disse.
Os fiscais querem reajuste de 45% no salário-base. Após quatro contrapropostas, o governo ofereceu 20,3% divididos em três anos a partir de 2008. "É o nosso limite. Vamos à Justiça, vamos cortar o ponto de quem não trabalhar. Não podemos ficar numa negociação à base de chantagem", afirmou Bernardo. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou, em nota, que retirou a proposta por causa da nova greve. "O governo não aceita ser refém da categoria e vai adotar todas as medidas cabíveis para amenizar os impactos no setor produtivo".
A categoria rejeita os ataques. "O governo abriu o coração à Polícia Federal e ao Banco Central e gastou mais de R$ 1 bilhão em salários. Por que essa postura só contra nós?", questionou o presidente da associação dos fiscais (Anffa), Luiz Fernando Carvalho. Ele diz que os fiscais aceitam um reajuste de 30% no salário-base em três anos. "Mas o governo tem que ceder também".
Bernardo classificou como "bem tranqüila" a situação devido à liminar da Justiça Federal que determina manutenção de um mínimo de 60% dos serviços em frigoríficos, indústrias, barreiras fiscais e alfandegárias, e 30% nas demais atividades. Se necessário, Stephanes informou que usará 901 fiscais em cargos de confiança e 458 em estágio probatório para garantir os serviços. Ele cancelou autorizações de viagem, convocou servidores em férias e criou força-tarefa para problemas pontuais.