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Embrapa Suínos e Aves apresenta BPPs e tecnologias na Expointer

<p>Entre as novidades estão a poedeira de ovos coloniais 051, o frango colonial 041, o suíno light MS 60 e o biodigestor que funciona a partir dos dejetos animais gerados na propriedade.</p>

Redação (21/08/07) – A Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostrará na Expointer 2007 tecnologias voltadas a vários tipos de produtores. Entre elas estão a poedeira de ovos coloniais 051, o frango colonial 041, o suíno light MS 60 e o biodigestor que funciona a partir dos dejetos animais gerados na propriedade. "Vamos apresentar ainda publicações sobre boas práticas de produção na suinocultura, postura de ovos comerciais e criação de frango de corte", antecipou o chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Elsio Figueiredo.

A Expointer, que acontece de 25 de agosto a 2 de setembro, no Parque Assis Brasil, em Esteio (RS), é uma das mais tradicionais feiras agropecuárias do Mercosul. Os números do evento mostram bem a importância que ele possui. A 30ª Expointer terá a presença de 161 municípios do Rio Grande do Sul, sete estados (Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina) e do Uruguai, com quatro expositores. Ao todo, 195 raças apresentarão seus melhores exemplares, somando 6.107 animais. O público esperado durante os nove dias de feira é superior a 700 mil pessoas. A estimativa é que os negócios proporcionados pela Expointer superem os R$ 200 milhões em 2007.

Além da apresentação de tecnologias, a Embrapa Suínos e Aves participará da programação técnica da Expointer 2007. O analista Vítor Hugo Grings seráo responsável pela palestra "Instalação de Cisternas", prevista para o dia 31 de agosto, às 13h. A palestra será apresentada na Casa da Tecnologia, nome dado ao estande que sedia o Ministério da Agricultura e suas empresas vinculadas em Esteio.

Boas Práticas de Produção

Três publicações da Embrapa Suínos e Aves detalham quais as regras que devem ser seguidas pelos produtores para a produção com garantia de qualidade de suínos, frangos e ovos. As Boas Práticas de Produção de Suínos, Frangos de Corte e Postura Comercial estão sendo distribuídas gratuitamente por meio da página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves (www.cnpsa.embrapa.br). Cada publicação tem um roteiro que orienta como devem ser implantadas as boas práticas de produção na propriedade.

O documento orientador “Boas Práticas de Produção de Frangos de Corte – BPPFC” contém recomendações para ajustar as tecnologias de produção com outros fatores importantes, como ambiente, bem-estar animal, segurança alimentar e aspectos sociais. Além disso, as boas práticas devem atender as necessidades da agroindústria, do consumidor e as diretrizes do governo, pelo interesse na melhoria do complexo da cadeia produtiva que busca o aumento da qualidade e manutenção da competitividade global dos produtores.

A implantação das BPPFC em sistema comercial, contribui, com a geração de empregos no setor. Permite também obter um produto seguro, saudável e sustentável sem conflitos dentro da cadeia de carne de frangos. "Para facilitar o entendimento e a verificação, o documento contém tópicos informativos e checklist, com o objetivo de subsidiar produtores e em especial aos técnicos de campo e auditores, com vistas à aplicação das boas práticas de produção de frangos de corte", explicou o pesquisador Valdir Ávila, principal autor da publicação.

No caso do documento "Boas Práticas de Produção na Postura Comercial" (BPPPC), os pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves procuraram listar as recomendações de boas práticas baseadas em especificações legislativas, requisitos sanitários e padrões de higiene concernentes às áreas de meio-ambiente, manejo, bem-estar, sanidade, nutrição e segurança alimentar. "É bom ressaltar que o documento aborda somente o momento que a franga entra em produção. Ficaram para outras publicações as boas práticas no incubatório e nos passos seguintes ao ovo deixar a propriedade", afirma a pesquisadora Helenice Mazzuco, que coordenou a montagem da publiucação.

As diretrizes de Boas Práticas de Produção de Suínos (BPPS) descritas pela Embrapa Suínos e Aves tem como objetivo enfatizar a busca de uma produtividade que torne a exploração de suíno economicamente viável, sem se descuidar da segurança do produto, da preservação do ambiente, do bem-estar animal e dos princípios da responsabilidade social vinculados aos fatores de produção. Esses objetivos servem de base para outros programas de fomento à melhoria de qualidade do produto, difundidos em âmbito mundial, como a Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC), ou para a implantação de programas de incentivo à certificação agropecuária por meio de diversos protocolos com reconhecimento internacional. O documento atualiza ainda a Circular Técnica n.º 39, de 2003, acrescentando um roteiro para auditorias das granjas referente às boas práticas de produção de suínos.

Suíno light

O suíno light MS 60 é uma das tecnologias que mais auxiliou pequenos produtores de suínos em todo o Brasil. Desde que foi lançado no mercado, há 10 anos, ainda em sua primeira versão (MS 58), o suíno light da Embrapa contribuiu na popularização dos reprodutores que concedem ao rebanho mais carne magra na carcaça. Como os suinocultores passaram a receber uma bonificação pela qualidade da carcaça a partir de meados dos anos 90, o suíno light ampliou diretamente a renda obtida pelos suinocultores.

Poedeira Colonial Embrapa 051

A podeira 051 oferece uma produção bem superior às aves coloniais rústicas. Uma galinha colonial comum põe cerca de 80 ovos durante o período de produção. Já a Poedeira 051 atinge de 280 a 300 ovos. Outra característica da poedeira é que ela também é uma galinha híbrida, considerada de duplo propósito, isto é, com capacidade para produção de ovos pelas fêmeas e de carne pelos machos (abatidos com 120 dias). Apesar de apresentar características coloniais, ela preserva todas as vantagens do frango comercial, como o controle sanitário e qualidade de carne.

Frango Colonial de Corte Embrapa 041

O Frango de Corte Colonial Embrapa 041 também faz parte das linhagens desenvolvida pela Embrapa Suínos e Aves, e pode ser agregado a proposta de produção agroecológica. O Embrapa 041 é um frango de corte tipo colonial, que atende à normatização oficial para criações coloniais de aves.

Apesar de apresentar características coloniais, o Embrapa 041 preserva todas as vantagens do frango comercial, como o controle sanitário e qualidade de carne. Este frango alcança idade de abate aos 84 dias, com peso vivo de 2,4 kg. É um cruzamento entre raças pesadas de corte e raças semi-pesadas de postura, sendo portanto menos exigente e mais tardio que o frango de corte industrial. Resultados de comparação entre o Embrapa 041 e marcas comerciais também coloniais, para peso vivo e conversão alimentar aos 84 dias, mostraram que o frango da Embrapa é tão eficiente quanto os demais nos itens analisados.

A forma como é criado o Embrapa 041 e sua composição genética fazem com que a pele se torne mais pigmentada (amarela), a carne seja menos gordurosa, mais saborosa e mais consistente, não se desmanchando na hora de cozinhar.

Biodigestor

A Embrapa Suínos e Aves optou em estudar e validar o modelo canadense de biodigestor, que apresenta custos mais baixos e facilidade de construção para grandes volumes. Para se ter um biogás de boa qualidade e uma produtividade contínua é preciso estar atento ao manejo, recomenda o pesquisador Aírton Kunz. “É necessário tomar todos os cuidados no momento da entrada do dejeto no biodigestor, eliminando, por exemplo, a entrada de água da chuva e reduzindo ao máximo o uso de antibióticos, detergentes e desinfetantes no sistema de criação”, explicou. Quando bem operado, o sistema produz biogás com até 70% de metano, que é o responsável pela capacidade de aquecimento do sistema.