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Agronergia é tema de congresso no sul de Minas

<p>Comunidade científica, agricultores e empreendedores buscam respostas para o desafio de tirar do papel o combustível ecológico.</p>

Redação (04/07/07) – A partir desta terça-feira, comunidade científica, agricultores e empreendedores vão analisar as perspectivas técnicas, industriais, políticas, econômicas e sociais da produção do biodiesel durante evento em Varginha, no sul de Minas, que segue até o sábado.

O “4º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel”, realizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), deve esquentar a discussão sobre combustíveis renováveis e o modelo para produção a ser adotado no Brasil.

Desde a primeira edição o congresso, que se tornou o maior evento científico sobre tema no Brasil, muita coisa mudou no cenário do biodiesel.

– Em 2004 eram apenas 80 artigos científicos sobre o assunto. Hoje são 270 – diz o professor Pedro Neto, coordenador do evento.

Serão apresentados os resultados de pesquisas relacionadas à produção de plantas oleaginosas (de onde é possível extrair óleo para ser transformado em diesel), extração e purificação, aplicação dos óleos nas indústrias farmacêuticas, cosméticas e biológicas, produção, comercialização e utilização do biodiesel, controle de qualidade, experiências na produção de óleos vegetais e biodiesel e balanço energético e seqüestro de carbono.

A partir do ano que vem será obrigatória a mistura de 2% de biodiesel no diesel brasileiro.

– Será necessária uma produção de 800 milhões de litros por ano para suprir a demanda – antecipa Pedro Neto.

Ainda assim, o professor não acredita na possibilidade de que as oleaginosas posssam ameaçar as culturas voltadas para a alimentação.

– As espécies permitem combinação de culturas. Isso é bom para o produtor – diz.

Em uma usina de Varginha já são processados dois mil hectares de girassóis, dez mil de nabo forrageiro e 400 de canola para a produção de diesel.

– A indústria está interessada em investir na parte agrícola. Ela precisa garantir matéria-prima para trabalhar – afirma o professor da UFLA. Minas Gerais é o segundo maior consumidor de diesel do País, perde apenas para São Paulo.

Durante o evento, nas clínicas tecnológicas realizadas pelo Sebrae em Minas, os participantes poderão estender as conversas com os palestrantes do congresso.

– Serão mesas-redondas para que os interessados possam discutir melhor as questões do setor – explica o técnico do Sebrae/MG Leonardo Ivo.

No total serão abordados oito diferentes temas que incluem todos os elos da cadeia do biodiesel, desde a produção das oleaginosas, passando pelo processamento e qualidade do combustível até a sua utilização nos motores, além da viabilidade financeira do negócio. As clínicas serão realizadas nos dias 4, 5 e 6 e terão inscrições gratuitas no estande do Sebrae.

Segundo Ivo, o evento será uma oportunidade para ligar indústrias e produtores.

– Vamos fazer a articulação da cadeia, buscar parceiros para desenvolver a atividade – diz.

A organização de pequenos produtores, orientados a consorciar a produção com outras culturas e evitar o modelo de monocultura pode ser decisiva para que o biodiesel seja também uma forma de desenvolvimento social.

O Sebrae em Minas também vai levar uma missão de produtores de oleaginosas da Cooperativa Agropecuária do Vale da Alimentação (Coval), da cidade de Santa Vitória, no Triângulo Mineiro.