Redação (29/05/07) – Nesse longo processo, um dos pontos cruciais é a adubação equilibrada, fornecendo os nutrientes essenciais para a planta (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Co, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo, Ni), em função da dinâmica no solo e da demanda pela cultura.
A agricultura moderna dispõe de técnicas eficientes para corrigir eventuais deficiências de nutrientes do solo, mesmo considerando os desafios, como condições de clima e do ambiente. Por exemplo: nem sempre, a adubação convencional executada no plantio é suficiente para fornecer à planta todos os nutrientes requeridos. Além disso, é comum ocorrer deficiências de certos nutrientes, em função de uma série de fatores naturais.
Assim, para evitar carências e, conseqüentemente perdas de produtividade e de rentabilidade, é fundamental que o engenheiro agrônomo disponha de ferramentas adequadas para fazer a recomendação da adubação. O principal instrumento para uma correta recomendação de adubação é a análise de solo. A análise foliar é uma ferramenta complementar, que serve para verificar o estado nutricional da planta. Dispondo das informações necessárias, pode-se fazer o planejamento da adubação, reduzindo, com isso, a probabilidade de ocorrência de deficiências minerais ao longo do ciclo da cultura.
Contudo, caso alguma deficiência seja detectada, a nutrição foliar pode ser utilizada com o objetivo de correção. A técnica da adubação foliar consiste em pulverizar nutrientes em formas 100% solúveis em água diretamente na parte aérea das plantas. É um método especialmente eficiente para o fornecimento de micronutrientes (B, Cl, Co, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo e Ni) às plantas. Com a adubação foliar, a absorção desses elementos é muito mais rápida e eficiente que as tradicionais aplicações via solo.
O sucesso da adubação foliar esta relacionado a vários fatores relativos à própria planta. Neste caso, deve-se considerar a idade da folha, o estádio fenológico do vegetal e a permeabilidade da cutícula foliar. Há outros fatores que também influenciam a eficiência da adubação foliar, tais como a fonte do nutriente (sulfato, cloreto e nitrato), o pH da solução e a composição e a concentração da solução. É importante ressaltar que o sucesso da adubação foliar também depende da utilização de equipamentos adequados, que permitam a cobertura ou o molhamento uniforme das folhas, evitando as perdas de nutrientes. Além disso, deve ser dada atenção especial à umidade relativa do ar, à temperatura local e à intensidade dos ventos.
Na maioria dos casos, a adubação foliar pode ser realizada conjuntamente com a aplicação de defensivos agrícolas, o que proporciona uma vantagem adicional: a racionalização do número de operações, com conseqüente redução de custos para o agricultor. Porém, é preciso ficar atento à compatibilidade destes insumos, para evitar reações químicas que prejudiquem a eficiência dos produtos aplicados.
Ao equilibrar o fornecimento de nutrientes, garante-se o bom desenvolvimento das culturas de grãos. Mas é preciso seguir algumas recomendações. No milho, por exemplo, zinco, boro, manganês e cobre devem ser fornecidos obrigatoriamente no programa regular de adubação foliar. Em função da grande demanda da cultura do milho pelo zinco, a adubação foliar representa a vantagem de complementar a nutrição da planta em quantidade e qualidade em relação ao que o solo fornece.
Assim como a deficiência, o excesso de nutrientes também é prejudicial às plantações, podendo acarretar problemas de toxidez e prejudicar a produtividade. Além da nutrição foliar, cuidados fitossanitários – como controle de pragas, doenças e plantas daninhas – devem ser tomados, pois podem limitar o desempenho das lavouras.
Em resumo, para que altas produtividades de milho sejam obtidas, o produtor, com auxílio do engenheiro agrônomo, deve planejar e executar um programa de adubação que propicie equilíbrio nutricional. A adubação foliar é um método altamente eficiente para o fornecimento de micronutrientes, que contribui para a obtenção de uma produção rentável de milho.