Redação (13/04/07) – Hoje, para atender às necessidades nutricionais dos suínos modernos, é necessário conhecer a composição química dos ingredientes e a disponibilidade dos nutrientes, bem como os valores de digestibilidade, para se obter o máximo desempenho dos animais e o bom retorno econômico.
Com a grande diversidade de alimentos existente e de subprodutos utilizados nas formulações de rações, fica evidenciada ainda mais a necessidade de se conhecer os valores nutritivos e energéticos de cada tipo de alimento, para se obter melhor aproveitamento e utilização, pois o conhecimento dos valores, composição química, energética e digestibilidade de nutrientes, além de necessária, é essencial na busca de redução dos custos e da melhor produtividade.
Entretanto, com a diversidade desses alimentos e o melhoramento genético dos suínos, é possível adequar e manejar a alimentação de modo a obter melhor aproveitamento e, conseqüentemente, melhores carcaças, com redução de gordura e dos custos de alimentação.
Geralmente, a quantidade de alimento na fase de crescimento e terminação, quando oferecido à vontade, é compensada conforme o nível de energia da dieta. Porém, como as exigências nutricionais dos animais foram determinadas de acordo com alimentação à vontade, quando se aplica à restrição alimentar é necessária atenção especial à relação de aminoácidos com a energia, para que não ocorram perdas na deposição de músculos. Com isso, para se obter carcaça de melhor qualidade é necessário diminuir o consumo de energia e adequar o consumo de lisina ao de energia.
Com a formulação baseada na proteína ideal, não observamos o desbalanceamento de aminoácidos, melhorando com isso a eficiência de utilização dos nutrientes e, assim, minimizando a conversão destes em gorduras – que por sua vez são depositadas na carcaça.
Atualmente, para se obter adequado crescimento muscular é necessário que exista relação entre a lisina e a energia digestíveis, uma vez que há interação entre esses fatores e a deposição de proteína na carcaça.
A exigência de lisina para a deposição de carne é maior, pois essa necessidade segue paralelo com o desenvolvimento de linhagens modernas, produtoras de carne. Porém, observa-se também alteração nas relações entre lisina, treonina e triptofano e, com isso, na taxa de deposição de lipídios e proteína na carcaça de suínos. Assim, o ajuste da relação entre os aminoácidos permite que ocorra a diminuição dos excessos de proteína nas dietas, reduzindo a espessura de toucinho e aumentando a velocidade de ganho de tecido muscular.
O suíno moderno apresenta considerável potencial genético de ganho e eficiência de conversão alimentar. Entretanto, se não existir interação entre nutrição e desenvolvimento genético, este potencial não é atingido, ocorrendo ainda redução do ganho de peso e piora da conversão alimentar. É necessário salientar que a nutrição desempenha papel fundamental na determinação da eficiência da produção. As dietas devem ser formuladas e ajustadas de acordo com a genética e cada fase da vida do animal, procurando otimizar o apetite, estimular o sistema imunológico e garantir a maior qualidade da produção.
Por Francine Taniguchi Falleiros e Anália Maria Ribeiro da Silva*
*As autoras do artigo são assistentes de Pesquisa e Desenvolvimento da Tortuga Cia. Zootécnica Agrária.