Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Em franca expansão

<p>O crescimento do sistema de integração na suinocultura mineira foi o assunto abordado pelo diretor da Pif Paf, Jairo Gomes da Fonseca, no Painel Conjuntural da AveSui Regiões na manhã desta terça feira (10/04).</p>

Redação SI (10/04/07) – O perfil dos suinocultores mineiros vem mudando nos últimos anos. Embora ainda predomine a produção independente, o sistema de integração vem crescendo a passos largos em Minas Gerais. O movimento pode ser explicado pela chegada de grandes agroindústrias, como a Sadia, por exemplo, e também pela forte expansão das empresas mineiras, caso da Pif Paf, que nos últimos anos tem investido pesado na ampliação de suas plantas industriais e produção.

Hoje, quando decide investir em suinocultura, o empresário mineiro invariavelmente opta pelo modelo de integração. Outro fator que tem empurrado os suinocultores mineiros para o sistema integrado é a instabilidade econômica da suinocultura brasileira. Ao aliar-se a uma grande empresa, o produtor tem a certeza da comercialização de sua produção, fato que o torna menos vulnerável às crises do setor suinícola.

O assunto foi abordado pelo diretor de Integração e Fomento da Pif Paf, Jairo Gomes da Fonseca Júnior, no Painel Conjuntural, realizado esta manhã, na AveSui Regiões. Em sua apresentação, Fonseca falou sobre esse movimento e sobre como o sistema de integração tem funcionado como modelo de acesso à atividade suinícola para pequenos e médios produtores.

Em franca expansão – Segundo o diretor da Pif Paf, o crescimento da produção no sistema integrado ocorre devido à entrada de novos produtores na atividade. De acordo com ele, o grande atrativo do sistema integrado é a proteção do investimento deste novo produtor em relação às variações de mercado.

Para Fonseca, um dos maiores entraves da produção agropecuária brasileira no geral, e da atividade suinícola em particular, é a dificuldade que o produtor tem em comercializar sua produção. Tanto do ponto de vista logístico, quanto pelas variáveis de mercado. Ao participar de um sistema integrado e tendo o pagamento baseado na produtividade alcançada na criação, o produtor se torna imune às surpresas do mercado. "A logística do sistema é toda suportada pela agroindústria desonerando o produtor também deste insumo", acrescenta. "Considerando que na terminação são criados em média 3,5 lotes por ano, o produtor tem uma renda distribuída de forma regular ao longo do ano", avalia.

De acordo com o diretor da Pif Paf, outro fator importante que tem atraído os suinocultores ao sistema de integração é a assistência técnica prestada pela agroindústria. "No sistema de integração toda a assistência técnica – de manejo, sanitária, zootécnica, nutricional etc. – é prestada pela agroindústria de forma permanente e intensiva", explica. "Isso faz com que o produtor tenha acesso a um aprimoramento técnico não só na atividade em si, como também nas outras atividades desenvolvidas na propriedade, possibilitando implementação de novas tecnologias".

Investimento menor – O pequeno investimento inicial em relação à renda obtida quando comprado ao sistema de criação independente de ciclo completo é outro chamariz do sistema de integração para os produtores que decidem entrar para a atividade. Segundo Fonseca, no sistema de integração de terminação o tempo de maturação do projeto é curto: cerca de sete meses após o início do investimento o produtor já recebe o primeiro faturamento. Já numa granja de ciclo completo no sistema independente, explica Fonseca, o primeiro faturamento acontece, aproximadamente, 18 meses após o alojamento dos animais, isso sem contar o período de construção.

Apesar dos atrativos, uma série de obstáculos ainda impede o maior crescimento do sistema de integração em Minas Gerais. Segundo Fonseca, o maior entrave para o acesso à atividade via sistema integrado é a falta de linhas de crédito específicas e adequadas à realidade do produtor rural. "A falta de linhas de crédito específicas, que atendam às necessidades em termos de prazo e taxa compatíveis com a atividade, para os pequenos e médios produtores interessados dificulta seu ingresso no sistema integrado", argumenta. "No caso de Minas Gerais, este fato é ainda mais gritante, quando comparado com os Estados da região Centro-Oeste, onde existe o FCO", completa.

A burocracia bancária necessária para contratação do investimento, a legalização da posse da terra – imprescindível para a contratação do financiamento junto ao sistema bancário – e a obtenção da licença ambiental para a exploração da atividade são outros pontos citados pelo diretor da Pif Paf desfavoráveis para o ingresso de novos produtores na atividade via sistema de integração.

Ao concluir sua apresentação Fonseca fez questão de enfatizar que os dois sistemas de produção – integrado e independente – não são concorrentes entre si e podem e devem coexistir, cada um com seus objetivos econômicos e financeiros. "Não é objetivo das integradoras trazerem o produtor independente para o sistema integrado", afirma. "O sistema integrado vem crescendo apenas porque tem permitido o acesso dos pequenos e médios produtores à atividade suinícola".