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Corrida pela soja tolerante à ferrugem

<p>A doença que trouxe aos produtores de soja brasileiros perdas superiores a US$ 8 bilhões nas últimas seis safras tende a perder força no próximo ano. Institutos de pesquisa aceleram a corrida para colocar no mercado sementes de soja resistentes ou tolerantes à ferrugem.</p>

Redação (03/04/07) – A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) testa em campo 21 variedades de sementes melhoradas geneticamente, das quais duas ou três devem ser lançadas no próximo ano, para plantio no ciclo 2008/09. "Testamos na atual safra o nível de resistência das plantas à ferrugem. Em áreas onde a incidência era de da doença era de 50%, o índice foi reduzido para 1%", afirma Sérgio Suzuki, pesquisador da área de melhoramento de soja da Fundação MT. 

A fundação pesquisa três tipos de sementes, já tendo em vista o aumento de resistência do fungo causador da ferrugem no longo prazo. A primeira geração, conforme Suzuki, será de sementes com um gene de resistência ao fungo, que impede que a doença se instale na planta. A segunda terá mais genes de resistência e a terceira geração terá, além dos genes de resistência, genes de tolerância (permitindo que a planta sobreviva e produza, mesmo com a doença instalada). "A meta é lanças todas as linhas ao longo dos próximos cinco anos", diz Suzuki. Os testes de campo são feitos no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. 

A Embrapa Soja também já testa em campo variedades resistentes à ferrugem e a perspectiva é lançar variedades até março do próximo ano, de acordo com o pesquisador José Francisco Ferraz de Toledo. Assim como as sementes da Fundação MT, as variedades desenvolvidas pela Embrapa não são totalmente resistentes à ferrugem da soja. Isso significa que as lavouras ainda terão de receber pelo menos uma aplicação de fungicida. 

"O fungo apresenta uma alta capacidade de adaptação às diferentes condições de campo, o que nos obriga a mudar o manejo da lavoura. Não basta uma semente resistente", pondera Toledo. Segundo os pesquisadores, a semente resistente e o manejo adequado pode reduzir os custos de produção em até R$ 77 por hectare.